Memes antifeministas e conservadorismo em rede: uma análise das leituras e enquadramentos dos femininos desviantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Domingues, Quésia Alves de Souza Sanches de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67334
Resumo: O objetivo geral da presente pesquisa consiste em examinar o conteúdo de memes antifeministas coletados no portal aberto do Facebook “Antifeminista” para compreender em que medida os sentidos socialmente depreendidos das representações do feminino feitas pelos ideais ligados ao conservadorismo hodierno apresentam potencial para capitanear possíveis propostas sociais de formação leitora crítica, no contexto da cultura digital, voltadas aos anos finais do Ensino Fundamental, pensando em descontruir estereótipos e leituras restritivas das existências femininas, que sorrateiramente se proliferam no tecido social. O marco teórico ergue-se em meio aos seguintes campos conceituais: ciberespaço e cidadania (BONNILA, 2010; LÉVY, 2000; RECUERO, 2009); multiletramentos (KALANTZIS e COPE, 2012; KNOBEL e LANKSHEAR, 2007; ROJO e MOURA, 2012); formação leitora crítica (DEWEY, 1976; FREIRE, 1989a; PESCE e ABREU, 2012); memes antifeministas (LANKSHEAR e KNOBEL, 2006; SABBATINI, 2020; SHIFMAN, 2013). Assume-se a abordagem metodológica qualitativa, de natureza exploratória, consubstanciada pela análise de conteúdo. O método de análise dos dados pautou-se no enquadramento das peças coletadas em uma matriz taxonômica adaptada da proposta de Chagas et al. (2017), que possibilitou o exame dos memes com base nas instâncias analíticas a saber: a) função social, b) conteúdo temático e natureza referencial/ retórica, c) relação entre o humor e o conteúdo do texto, d) experiência leitora provocada pela narrativa e agenda política, e) o macroefeito que a comunicação pretende provocar socialmente. Os achados da pesquisa revelam que o enunciador lança mão de uma gama diversa de estratégias linguísticas e discursivas, para persuadir e alimentar o repertório do leitor não crítico, com o objetivo de descredibilizar o movimento feminista e perpetuar relações de dominação de gênero. Assim, os resultados sugerem também que os memes analisados apresentam-se como importantes recursos para nortear propostas e práticas educativas de leitura, que constituam experiências de expansão da consciência e problematizem as enunciações opressivas que transitam nos espaços virtuais, veiculadas por ações comunicativas que impõem o silenciamento de vozes minoritárias, a fim de preservar o status quo.