Estudo tractográfico dos indivíduos com mutação para doença de Huntington nas fases sintomática e pré-sintomática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Roberta Arb Saba Rodrigues [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3330344
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/47011
Resumo: Introdução: a doença de Huntington (DH) é decorrente de uma mutação com penetrância completa no gene da proteína huntingtina. Ainda não há um tratamento neuroprotetor efetivo para os indivíduos portadores da mutação, mas há testes em andamento com novas drogas. Uma das limitações para os ensaios clínicos de fase pré-sintomática da doença é a ausência de um marcador biológico confiável para se avaliar a progressão do processo neurodegenerativo. Na DH ocorre perda progressiva do volume da substância branca (SB) e de sua integridade. A técnica de imagem por tensor de difusão (DTI - Diffusion Tensor Imaging) para avaliar a anisotropia fracionada (FA - Fractionalanisotropy) é capaz de estudar os tractos da SB. Objetivo: identificar o envolvimento dos tractos da substância branca na DH, através desta técnica e assim avaliá-la como um possível biomarcador para a doença. Métodos: Foram selecionados 34 sujeitos e divididos em três grupos: 11 pacientes com doença de Huntington, 12 indivíduos pré-sintomáticos (teste molecular positivo para DH, porém sem sintomas clínicos, fase pré-sintomática) e 11 indivíduos controles (com teste molecular negativo para DH). Os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, das funções motora, cognitiva e comportamental. Os sujeitos de pesquisa realizaram exame de ressonância magnética de encéfalo com tractografia da substância branca utilizando o DTI, com mensuração da FA. Resultados: observou-se uma diminuição estatisticamente significante da FA da SB dos tractos córtico espinhal; coroa radiada; joelho, corpo e esplênio do corpo caloso; cápsula externa; radiações talâmicas; fascículo longitudinal superior e inferior e fascículo fronto-occiptal inferior, quando comparados os grupos DH aos controles e pré-sintomáticos, o que denota diminuição da congruência/orientação das fibras nestas estruturas, demonstrando processo degenerativo e perda axonal nos pacientes com DH sintomática. Não houve diferença estatisticamente significante entre o grupo pré-sintomático e controle. A SB é acometida de maneira generalizada e vários são os tractos envolvidos, demonstrando que a SB parece ter um papel importante na fisiopatologia da DH. Conclusão: a tractografia nos parece uma técnica interessante para se aplicar aos pacientes com DH, mas outros estudos com amostras maiores devem ser realizados para se avaliar o possível papel na progressão do processo neurodegenerativo.