CO2 LASER e Radiofrequência Microablativa no tratamento da incontinência urinária de esforço. Um estudo clínico, randomizado, controlado e duplo-cego

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Seki, Ana Silvia [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63817
Resumo: Introdução: O tratamento da incontinência urinária de esforço (IUE) continua sendo um desafio. Os slings são considerados padrão ouro de tratamento, embora complicações decorrentes do uso das telas são descritas. Recentemente, novas tecnologias têm sido sugeridas para tratar a IUE, como o LASER e a radiofrequência fracionada microablativa (RFMI), baseada no aquecimento tecidual fracionado e neocolagênese. Objetivo: Avaliar os efeitos do LASER CO2 e da RFMI no tratamento da IUE no período de 15 meses. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico, randomizado, controlado e duplo-cego. Incluiram-se mulheres de 18 a 70 anos com IUE pura ou predominante de esforço. Excluiram-se mulheres com prolapso genital maior que que estadio 2 (ponto Ba > 0 no POP-Q), uso tópico de estrogênios vaginais há menos de 6 meses e tratamento cirúrgico prévio para IUE. A avaliação clínica consistiu em teste de esforço e pad-test de 1 hora, diário miccional, questionários de qualidade de vida (I-QoL, ICIQ-SF) e avaliação da função sexual pelo FSF-I. Após receberem orientações comportamentais e para realização de exercícios perineais, as mulheres foram randomizadas em 3 grupos: RFMI, LASER e controle. Utilizou-se o equipamento de LASER CO2 Femilift® da LBT e o de RFMI FRAXX® da Loktal. No grupo controle foi utilizado um dos dispositivos bloqueados para liberação da energia. O protocolo incluiu 3 sessões mensais de tratamento e avaliações no pré, 4, 9 e 15 meses após o primeiro procedimento. Considerou-se cura objetiva teste de esforço negativo, diário miccional negativo e teste do absorvente negativo. A melhora subjetiva foi avaliada por escala de 5 pontos sendo que 1 corresponde a avaliação muito pior, 2 pior, 3 neutro, 4 melhor e 5 muito melhor. Considerou-se melhora subjetiva as pontuações 4 ou 5. Resultados: 153 mulheres foram incluídas, 139 randomizadas (LASER = 42, RMFI = 47, controle = 50) e 114 completaram a avaliação de acompanhamento de 15 meses, correspondendo a 38 mulheres em cada grupo. A melhora da IUE foi relatada por 76,2% (32/42) no grupo LASER, 61,7% (29/47) na RFMI, ambos significativamente maiores (p <0,05) do que 30% (15/50) no grupo controle. A cura objetiva foi alcançada por 45,2% (19/42) do grupo LASER, 44,7% (21/47) do grupo RFMI, também significativamente maior (p=<0,05) do que 14% (7/50) do grupo controle. Considerando apenas os casos leves (pad-test entre 0-10 gramas) a cura objetiva foi de 66,7% (12/18) no LASER; 63,6% (14/22) na RFMI e 22,2% (6/27) no grupo controle (p<0,05). Também foi observada redução significativa no número de episódios de IUE, avaliados pelo diário miccional (p<0,05) e peso do absorvente (p<0,05) nos grupos tratados com as energias. Redução significativa de urgência e perda urinária na relação sexual (p<0,05) assim como melhora na I-QoL (p=0,018) e ICIQ-SF (p=0,019) foram observados nos grupos tratados com energia. Não houve melhora na função sexual em nenhum dos grupos. Conclusão: LASER e RFMI são boas alternativas para o tratamento da IUE, principalmente nos casos leves, e foram superiores ao grupo controle. Não houve diferenças detectadas nas taxas de sucesso entre as energias, e os resultados mantiveram-se no seguimento de 15 meses.