Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Roberto, Fernanda Badiani [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66114
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Resumo: |
Introdução: É bem estabelecido que gestantes portadoras de doenças renais apresentam piores desfechos gestacionais. Quando essas pacientes necessitam de terapia renal substitutiva, os riscos de complicações materno-fetais são ainda maiores. Objetivos: O objetivo principal deste estudo é analisar os desfechos materno-fetais e renais das gestantes que realizaram hemodiálise (HD) durante internação hospitalar por injúria renal aguda (IRA) ou doença renal crônica (DRC). Os objetivos secundários são: determinar os critérios de indicação da terapia renal substitutiva e avaliar as complicações diagnosticadas no período de observação. Métodos: Trata-se de estudo retrospectivo observacional de centro único para avaliação de gestantes com DRC ou IRA submetidas a HD e acompanhadas pelo Setor de Interconsulta da Disciplina de Nefrologia da UNIFESP-EPM entre 2005 e 2019, comparadas entre si e divididas em três grupos: IRA, DRC não-dialítica (DRCND) e DRC estágio terminal (DRET). Resultados: Foram selecionadas 36 gestantes que necessitaram de HD no período do estudo e cumpriam critérios de inclusão e exclusão. Do total, 10 (27,8%) gestantes representavam casos de IRA, 14 (38,9%) de DRCND e 12 (33,3%) de DRET. Os dados demográficos foram similares entre os grupos, com idade média de 30,7 anos, a maioria de etnia branca (47,2%) e natural de São Paulo (66,7%). Houve predomínio de múltiparas na amostra total (64,5%), porém no grupo de IRA foi maior a incidência de primíparas (57,1%) sem diferença estatística entre os grupos. No entanto, houve diferença em relação à etiologia da disfunção renal, com predomínio de complicações gestacionais (50%) e sepse (50%) no grupo de IRA, glomerulonefrite crônica (42,9%) e nefropatia diabética (35,7%) no grupo de DRCND e etiologia indeterminada (41,7%) nas portadoras de DRET. Todas as pacientes no grupo de IRA realizaram HD no puerpério, enquanto todas as gestantes do grupo de DRCND iniciaram diálise na gestação, sendo que 69,2% iniciaram no 2º trimestre, e 60% tiveram a dose de diálise aumentada no 1º trimestre naquelas com DRET. A ocorrência de pré-eclâmpsia foi mais comum nas pacientes com IRA (50%) em comparação com DRCND (27,3%) e DRET (sem casos descritos). Além disso, 4 pacientes (40%) do grupo IRA evoluíram a óbito, e nenhuma dos grupos de DRC. Em relação a taxa de nascidos-vivos, tivemos 60% de ocorrências no grupo de IRA, 57,1% no grupo de DRCND e 58,3% nas gestantes com DRET. Quando analisamos a prematuridade, houve 66,7% de eventos no grupo de IRA, 87,5% em gestantes com DRCND e 85,3% naquelas com DRET, considerando apenas os nativivos. Nos três grupos, não houve diferença estatística entre os desfechos fetais. Em nosso estudo, o tempo de diálise se mostrou relacionado apenas ao peso ao nascimento do recém-nascido, de forma que, quanto maior o tempo de diálise, maior o peso ao nascimento (p=0,037). Conclusões: O grupo de gestantes com IRA necessitou de diálise mais tardiamente (no puerpério) e apresentou maior mortalidade. Os desfechos gestacionais negativos foram semelhantes entre as três populações e piores que na população geral brasileira. O tempo semanal de diálise mais prolongado se correlacionou com maior peso ao nascimento. |