Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Leite, Frederico Cesar Assis [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69567
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Resumo: |
Músicos profissionais de formação clássica em geral se utilizam da leitura de partitura como um recurso fundamental para o aprendizado de uma nova peça. No período de formação, o treino do instrumento pode ser uma prática deliberada por um tutor, auxiliada por colegas ou desenvolvida autonomamente. Já no estágio de atuação profissional, a figura do tutor dá lugar a um processo autorregulado. Com o intuito de criar um instrumento padronizado para avaliar a qualidade da prática deliberada relacionada à música, Passarotto (2022) construiu o “Inventário de Prática Deliberada em Música” (DPMI), formado por afirmações relacionadas à prática que foram agrupadas em 4 categorias. Estas afirmações foram estabelecidas a partir de entrevistas qualitativas com músicos e professores de música, que atribuíam notas de 0 a 7 às afirmações do inventário, conforme houvesse correspondência com sua prática. O presente estudo procurou verificar a possibilidade de estender a utilidade do DPMI para uma situação próxima à realidade de atuação do músico profissional, onde ele precisa lidar com a limitação de tempo para aceitar um trabalho. Tratase de uma pesquisa com abordagem qualitativa, na qual instrumentistas, todos clarinetistas com formação em música erudita, foram convidados a relatar como se preparam para uma apresentação que seria realizada em uma semana, a partir do recebimento de uma partitura inédita. Procuramos extrair dos relatos, afirmações que corresponderiam às categorias descritas no DPMI. Além disso, buscamos investigar quais processos cognitivos estariam envolvidos no preparo da performance. Foram entrevistados 12 clarinetistas profissionais com no mínimo 14 anos de estudo. Dos 12, quatro eram mais experientes e mais velhos que os outros oito. Consideramos estes fatores na análise das entrevistas em virtude da possível diferença de discurso entre os grupos. Foi possível extrair depoimentos de suas práticas, que estariam relacionadas a algumas afirmações de cada uma das 4 categorias do DPMI, sugerindo a adequação deste instrumento para investigar a qualidade do estudo em uma situação de delimitação de tempo, o que estaria mais próximo à realidade dos músicos profissionais. Entretanto, foi percebida uma categoria não contemplada por esta escala, que diz respeito a estratégia de resolução de problemas técnicos específicos, e que está ligada ao conceito de efeito de interferência contextual, onde o músico realiza modificações estruturais em trechos de maior dificuldade. Os músicos não relatam a necessidade de um tutor, sendo a preparação da obra feita de forma autorregulada, utilizando suas capacidades metacognitivas e toda a bagagem de conhecimento, incluindo elementos de motivação, atenção e memória implícita. Estes fatores estão relacionados à qualidade e eficiência da prática. |