Livre, Leve e Louco: reflexões sobre o processo de reforma psiquiatrica, a produção teórico-acadêmica e o projeto profissional do serviço social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Almeida, Larissa Pinto de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71110
Resumo: A presente dissertação se propõe a debater a questão da produção científica do Serviço Social e da atuação profissional de assistentes sociais em relação à temática da saúde mental no período de 2010 a 2020, debruçando-se não tãosomente ao aspecto quantitativo de produção, como também nos recortes dados por essa categoria sobre a temática e em relação aos princípios norteadores da Reforma Psiquiátrica brasileira. Para isso, recorreu-se a um debate teleológico a respeito das culturas coloniais, burguesas e patriarcais que pavimentam a subjetividade do povo brasileiro e sua relação com a loucura, demonstrando a indispensabilidade da interseccionalidade na compreensão da alta aceitabilidade do manicômio enquanto um instrumento de contingenciamento social. Falar de manicômio é falar de Biopoder. Na tentativa de desvendar alguns dos desafios que se colocam para assistentes sociais na saúde mental, coloca-se em xeque o processo da Reforma Psiquiátrica e a égide de um novo sistema de cuidado em saúde mental, procurando reflexionar sobre a apreensão da categoria em relação aos princípios norteadores da reforma, assim como sua contribuição com a ruptura do sistema manicomial, responsável pelo embargo da cidadania de muitos brasileiros. De certo, o Serviço Social e a saúde mental carregam muitos aspectos de congruências, mas há evidências que nos impele a acreditar que existe uma carência teórica sobre a saúde mental que infere diretamente no trabalho dessa categoria. Portanto, de que forma o Projeto Profissional do Serviço Social coaduna com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica brasileira? Há uma baixa produtividade científica do Serviço Social em relação à temática da saúde mental? Para responder a estas questões, realizou-se um levantamento documental sobre as diretrizes do conjunto CFESS/CRESS para a atuação das(os) assistentes sociais neste campo prático e, posteriormente, um levantamento bibliográfico sistematizado das principais publicações acadêmico-científicas da categoria sobre a temática da saúde mental. Os resultados da pesquisa documental demonstram uma forte proximidade da categoria profissional do Serviço Social no processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, entende-se que o assistente social é um dos profissionais implicados na égide do novo sistema de atenção à saúde mental promulgada atualmente no país e, dessa forma, faz-se uma categoria estritamente consonante com as diretrizes da reforma e da luta antimanicomial. Já o levantamento bibliográfico nos permitiu mapear um objeto de constante análise acionados por estudiosos do Serviço Social em relação ao campo epistemológico da saúde mental, ancorado nos determinantes sociais da relação capital-trabalho, não obstante, também demonstrou-se expressiva a produção desta categoria em relação aos marcos teóricos da saúde mental, nos levando ao entendimento de que sim, assistentes sociais, tanto em seu campo normativo, quanto no campo epistemológico, produzem e corroboram para o aprimoramento científico da área da saúde mental.