Corte no Horizonte: Janelas Verdes, de Murilo Mendes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nascimento, Aline Leão do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62434
Resumo: Esta pesquisa apresenta um panorama de Janelas verdes (1970), de Murilo Mendes, livro ancorado na sua experiência de viajar por Portugal. A obra, mobilizada por um gesto que quer apreender, reunir e fixar a dispersão dos dados que a memória – pessoal e coletiva – evoca, organiza-se por meio da fragmentação e da justaposição de perspectivas díspares. Como ponto de partida, elege-se a percepção de que essa mobilidade e descontinuidade, em decorrência dos reiterados cortes, resultam em um texto híbrido, tanto do ponto de vista dos assuntos quanto da própria linguagem. As imagens evocadas no texto, extraídas da cultura portuguesa, da vivência pessoal e da imaginação, são ressignificadas pelo olhar do viajante e apontam para um inventivo trabalho de memória. Ao ler Janelas verdes, acessamos a contemporaneidade do poeta prosador que, usando como leitmotiv a viagem por Portugal, inaugura outros deslocamentos na escrita. Ancorado nesta ideia de movimento, o texto de Murilo Mendes confere sentido ensaístico às imagens do passado, que são atualizadas e dispostas sob novas relações mediadas pelo presente da escrita.