Efeitos do biperideno para reduzir recaídas em pessoas com transtorno por uso de cocaína/crack: um ensaio clínico controlado e randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Campos Junior, Miguel Siqueira [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67243
Resumo: Introdução: O uso de cocaína afetou aproximadamente 21,5 milhões de pessoas em 2020, ou 0,4% da população mundial entre 15 e 64 anos. Vários autores descrevem a dependência de drogas como sendo uma doença do sistema de recompensa cerebral. Dado que o sistema colinérgico afeta os mecanismos de recompensa e a autoadministração de drogas, a acetilcolina pode desempenhar um papel importante no processo de dependência de cocaína. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do biperideno (antagonista de receptores muscarínicos - preferencialmente M1, o principal tipo de receptor muscarínico no cérebro) na recaída do uso de crack/cocaína em comparação com um grupo controle que recebeu placebo. Métodos: O presente estudo consistiu de um ensaio clínico duplo-cego, randomizado e controlado por placebo. O grupo intervenção recebeu 2mg de cloridrato de biperideno, 3 vezes por dia, por um período de 3 meses. O grupo controle recebeu cápsulas de placebo, na mesma posologia e período de tempo. Todos os participantes foram acompanhados por um período total de seis meses. Resultados: Observou-se menor consumo de substâncias no grupo que recebeu o tratamento com biperideno em dois (bT2=-2,2 [-3,3;-1,0], p<0,001) e seis meses (bT4 = -6,2 [- 8,6; -3,9], p<0,001) após o início da intervenção. O grupo que recebeu tratamento com biperideno apresentou maior latência até um possível primeiro dia de consumo, nos mesmos períodos de avaliações, ou seja, após 2 e 6 meses do início da intervenção (bT2 = 0,26 [0,080; 0,44], p = 0,004; bT4 = 0,63 [0,32; 0,93], p<0,001). Conclusões: Apesar das grandes limitações do presente estudo, o grupo que recebeu o biperideno, reduziu o número de dias de uso de cocaína/crack e também apresentou aumento do tempo de latência para a recaída. Estudos mais robustos são necessários para confirmar ou refutar esses achados.