Avaliação da resposta imunológica na febre amarela e infecção pelo HIV: importância da escolha do método e interpretação dos resultados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Munhoz, Luiz Gustavo Cano [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68630
Resumo: Objetivos: Evidenciar os desafios na padronização, a escolha do método diagnóstico e a interpretação de resultados em diferentes situações laboratoriais. Métodos: Estudo 1: foram avaliadas duas variações de ensaios imunoenzimáticos (duplo antígeno e indireto) utilizando diferentes antígenos visando a detecção de anticorpos neutralizantes para febre amarela. Estudo 2: 27 indivíduos infectados verticalmente pelo HIV (19 com supressão virológica e 8 sem supressão virológica) e 16 indivíduos sem infecção pelo HIV foram acompanhados por 24 meses após receberem reforço com a vacina dTpa para avaliação dos níveis de anticorpos para tétano, difteria e coqueluche. Estudo 3: foram quantificadas 21 citocinas correspondentes aos perfis Th1, Th2 e Th17 de 29 indivíduos infectados verticalmente pelo HIV (17 com supressão virológica e 12 sem supressão virológica) e de 29 indivíduos sem infecção pelo HIV utilizando a técnica XMAP para comparar duas diferentes metodologias: ex vivo e in vitro após estimulação. Resultados: Estudo 1: o ensaio imunoenzimático duplo antígeno não produziu curvas compatíveis com a mensuração de anticorpos para febre amarela. No ensaio imunoenzimático indireto, embora tenha sido possível obter curvas de diluição adequadas, não foi possível diferenciar anticorpos para febre amarela de anticorpos para outros flavivírus. Estudo 2 – Independentemente de apresentarem ou não supressão virológica, alguns indivíduos infectados pelo HIV não mantiveram níveis de anticorpos protetores para tétano e difteria decorridos 2 anos do reforço com dTpa; apresentar nadir de linfócitos T CD4+ <200/mm3 foi um fator preditivo para a não manutenção dos níveis de anticorpos protetores para tétano e difteria. Estudo 3 – Quando comparados com o grupo controle, indivíduos infectados pelo HIV sem supressão virológica apresentaram menor expressão ex vivo de GM-CSF, MIP-3α, IL-1β, IL-23 e MIP-1β; na metodologia in vitro, os mesmos pacientes apresentaram menor expressão de IL-10, IL-4 e IL-6 que aqueles do grupo controle. Somente a avaliação de citocinas após estimulação in vitro permitiu identificar uma correlação inversa entre a expressão de citocinas inflamatórias e anti-inflamatórias e a expressão de marcadores de ativação e de exaustão em linfócitos T CD4+ e T CD8+. Conclusão: Estudo 1 – Fomos incapazes de padronizar o ELISA duplo antígeno para a detecção de anticorpos para febre amarela, sendo o maior desafio a conjugação adequada do vírus/antígeno a enzima ou molécula. No caso do ELISA indireto fomos incapazes de evitar a reatividade cruzada comum aos flavivírus. Estudo 2 - Entre indivíduos infectados verticalmente pelo HIV, o nadir de linfócitos T CD4+<200/mm3 é capaz de auxiliar na decisão do clínico na antecipação do reforço com dTpa ou mesmo da administração de imunoglobulina específica para tétano no caso de um ferimento tetanogênico grave. Estudo 3 - Demonstramos que diferentes metodologias analíticas para dosagem de citocinas produzem resultados diversos, sendo de vital importância o conhecimento do método utilizado para evitar interpretações equivocadas.