Estudos in vivo e in vitro sobre mecanismos de infeccao por formas metaciclicas do Trypanosoma cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Ferreira, Daniele da Soledade Franca [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/23676
Resumo: Este estudo teve como objetivo ampliar a compreensão dos mecanismos de invasão celular por tripomastigotas metacíclicos das cepas G e CL de T. cruzi, que diferem marcadamente em sua infectividade in vitro e in vivo. Os nossos dados indicam que a cepa CL, que utiliza a molécula de superfície gp82 para entrar em células epiteliais in vitro e para invadir o epitélio da mucosa gástrica após inoculação oral em camundongos, aciona durante a invasão vias de sinalização envolvendo proteína quinase C e fosfatidil inositol-3 quinase. Na cepa G, que é pouco infectiva e utiliza gp35/50 para a invasão, são ativadas principalmente adenilato ciclase e a proteína quinase dependente de AMP cíclico. Durante a invasão mediada por gp82, as formas metacíclicas da cepa CL induzem a desorganização do citoesqueleto de actina da célula hospedeira, enquanto a cepa G parece estimular o recrutamento de actina. Consistente com esse achado, a invasão celular de tripomastigotas metacíclicos da cepa CL é inibida na presença de Escherichia coli enteroinvasiva (EIEC), que depende da actina do citoesqueleto para entrar em células, ao contrário da cepa G. As moléculas gp35/50 e a gp82 recombinante, purificadas, mostraram efeito antagônico sobre a entrada de EIEC em células, a primeira induzindo o aumento e a segunda inibindo a invasão bacteriana. Esses dados, em conjunto, sugerem que a invasão celular mediada por gp35/50 está associada com eventos de sinalização que favorecem o recrutamento de actina, em contraste àquela dependente de gp82, que envolve a indução de vias de transdução de sinal que resulta em despolimerização de Factina. Um outro fator que pode contribuir para a capacidade infectante de formas metacíclicas é a cruzipaína, a cisteíno protease majoritária do T. cruzi. Ao contrário da cepa G, cuja atividade de cruzipaína não é detectável, as formas metacíclicas da cepa CL expressam cruzipaína, cuja atividade, se inibida, interfere na invasão celular. Com este trabalho, mais alguns passos importantes foram dados para a melhor compreensão do processo de infecção por tripomastigotas metacíclicos das cepas G e CL