Intolerância ao exercício em pacientes pós-hospitalização por Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Mariana Lafetá [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69518
Resumo: Sobreviventes após hospitalização por lesão pulmonar por Covid-19 podem persistir com dispneia e intolerância ao exercício com menor qualidade de vida. Apesar de recentes avanços, os possíveis preditores de intolerância ao exercício nos pacientes pós-Covid-19 permanecem complexos e não totalmente caracterizados. Objetivos: Avaliar a persistência da intolerância avaliada pelo consumo do oxigênio no pico do exercício (V’O2PICO) em sobreviventes pós-hospitalização por Covid-19 e a correlação com gravidade da internação e alteração em exames funcionais e imagéticos. Materiais e Métodos: Estudo prospectivo e observacional que avaliou consecutivamente pacientes previamente hospitalizados por Covid-19 moderada a grave/crítica. A avaliação foi realizada após 90 ± 10 dias do início dos sintomas agudos da Covid-19 e os pacientes foram submetidos à avaliação cardiopulmonar ampla, incluindo função pulmonar, ecocardiograma, tomografia de tórax e teste de exercício cardiopulmonar com gasometria capilar de sangue arterializado do lóbulo de orelha. Resultados: Dos 87 pacientes avaliados, o V’O2PICO foi de 19,5 ± 5,0 ml/kg/min dividido em três grupos por tercis: ≤ 17,0, 17,1-22,2 e ≥ 22,3 ml/kg/min. A gravidade da hospitalização foi semelhante nos três grupos. No entanto, na consulta de seguimento, pacientes com V’O2PICO ≤ 17,0 ml/kg/min relataram maior sensação de dispneia e apresentaram índices de função pulmonar reduzidos e respostas ventilatórias, gasosas e metabólicas anormais durante o exercício em comparação com pacientes com V’O2PICO > 17,0 ml/kg/min. Por meio da análise de regressão logística multivariada ajustada para idade, sexo e embolia pulmonar, com pontos de corte definidos pela análise da curva ROC, a relação espaço morto por volume corrente ≥ 29 e a capacidade vital forçada em repouso ≤ 80% previsto foram preditores independentes da redução do V’O2PICO. Conclusão: A intolerância ao exercício nos sobreviventes após hospitalização por Covid-19 esteve relacionada à alta relação espaço morto como fração do volume corrente no pico do exercício e redução da capacidade vital forçada em repouso, sugerindo que tanto o possível comprometimento da microcirculação pulmonar quanto o ventilatório podem influenciar a capacidade aeróbia nessa população de pacientes.