Resumo: |
Descrita inicialmente em 1974, a síndrome de burnout é um fenômeno cada vez mais comum no mercado de trabalho. É caracterizada como uma resposta aos estressores crônicos interpessoais presentes na rotina do indivíduo, sobretudo no trabalho. Afeta principalmente profissionais da saúde e da educação. Suas consequências podem gerar, além de exaustão emocional acentuada, diversos problemas de ordem psicológica, física e metabólica. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi determinar a prevalência de burnout na amostra estudada, bem como realizar associações com fatores sociodemográficos, de satisfação no trabalho e organizacionais. A pesquisa desenvolvida foi conduzida digitalmente, contemplando o Copenhagen Burnout Inventory (CBI), o Teacher Job Satisfaction Questionnaire (TJSQ) e um questionário sociodemográfico. Participaram do estudo 397 professores da educação básica de diversos estados brasileiros, provenientes de escolas públicas e privadas. A prevalência de burnout encontrada foi de 32,75%, sendo burnout pessoal a dimensão mais afetada, com prevalência de 55,92%. Homens e mulheres apresentaram prevalência equitativa em todas as dimensões da síndrome de burnout avaliadas com o CBI. Porém, quando correlacionando a presença de burnout com os fatores do TJSQ, é possível perceber que a satisfação tem efeito antagônico entre os dois sexos. Homens apresentam menores chances de ter burnout quando se encontram mais satisfeitos com seu trabalho, enquanto a satisfação aumentada gera maiores chances de burnout em mulheres. Frente aos resultados observados, pode-se concluir que mais estudos são necessários para que seja possível avaliar e desenvolver medidas de mitigação dos fatores estressores que possam desencadear a síndrome de burnout, a fim de assegurar a saúde mental e dignidade de trabalho aos profissionais da educação. |
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