Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Maraslis, Flora Troina [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71032
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Resumo: |
Tanto no ambiente quanto nos organismos vivos, existe uma complexa relação entre as formas elementar, orgânica e inorgânica do mercúrio. O metilmercúrio (forma orgânica - MeHg) é a forma com maior potencial de bioacumulação e o consumo de peixe é a principal fonte de exposição ao ser humano. Uma vez ingerido, a maior parte é absorvida e distribuída para todo o organismo, sendo o sistema nervoso central o principal órgão afetado. Comunidades em que os habitantes consomem pescados frequentemente, como os ribeirinhos da Amazônia brasileira, estão expostos a elevadas concentrações de metilmercúrio (MeHg). O selênio (Se), um elemento traço essencial ao organismo, é conhecido por contrapor os efeitos tóxicos do Hg, em parte, por meio das selenoproteínas que têm a selenocisteína incorporada na sequência de aminoácidos da proteína. O MeHg pode interagir e prejudicar o funcionamento de diversas moléculas devido à grande afinidade por grupos tiol (-SH) e selenol (-SeH) de proteínas e moléculas de baixo peso molecular. Os efeitos da exposição ao Hg não são homogêneos, sugerindo que características dos indivíduos podem alterar o padrão de resposta individual ao metal. Com isso, este estudo avaliou a influência de polimorfismos genéticos de GLRX rs2007 (C→G), GLRX2 rs912071 (C→T), TXNRD1 rs11111979 (C→G), TXNRD2 rs5748469 (C→A), MT1A rs11640851 (C→A), MT1M rs2270837 (A→G), MT2A rs10636 (G→C), SLC6A15 rs11116642 (C→T), SLC6A19 rs9418 (C→T), rs7732589 (G→A), SLC11A1 rs17235409 (G→A) e SLC11A2 rs149411 (A→ G), rs11169654 (C→T) sobre a concentração de Hg (Hg-s) e Se (Se-s) sanguíneo e plasmático (Hg-p e Se-p), espécies químicas de mercúrio no cabelo (Hg total, Hg orgânico e Hg inorgânico) e biomarcadores de estresse oxidativo de residentes ribeirinhos da região do rio Tapajós da Amazônia Brasileira. Residentes nessa região, que assinaram o TCLE, participaram de um grande estudo interdisciplinar, dos quais 365 participantes foram incluídos no presente estudo transversal. Foram utilizadas informações obtidas através de questionários sociodemográfico e de hábitos alimentares, além de medidas antropométricas. Amostras de sangue e cabelo foram utilizadas para dosagem de mercúrio. Amostras de sangue também foram utilizadas para avaliação dos biomarcadores de estresse oxidativo e submetidas à extração de DNA para avaliação dos polimorfismos propostos por PCR em tempo real. Os dados obtidos foram avaliados estatisticamente, por regressões lineares múltiplas considerando todos os indivíduos e nas estratificações por sexo, consumo de bebida alcoólica e fumo. Diversas associações foram observadas entre os polimorfismos estudados e as concentrações de Hg e Se nas diferentes matrizes biológicas e espécies químicas, e biomarcadores de estresse oxidativo. As análises com menores valores de p (com significância mantida após cálculo considerando múltiplas análises) foram observadas na estratificação por fumo. Indivíduos tabagistas que carregam o homozigoto CC para TXNRD1 apresentaram menores concentrações de Se-s do que aqueles com genótipo homozigoto GG (p<0,00010). Já, dentre os não tabagistas, participantes que têm o genótipo homozigoto CC para TXNRD2 têm menores concentrações de Hg-p (p=0,00035). Não tabagistas que carregam o genótipo homozigoto CC para GLRX2 apresentaram menor atividade de GPX (p=0,00014). Este estudo adiciona evidencia à literatura da modulação de Hg, Se e de biomarcadores de estresse oxidativo por polimorfismos genéticos. |