Aplicação do Protocolo de Triagem Interdisciplinar do Neurodesenvolvimento (TRIN) em crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Nunes, Camila Teles de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71637
Resumo: Esse estudo verificou os aspectos psicométricos iniciais do Protocolo de Triagem Interdisciplinar do Neurodesenvolvimento (TRIN), que está sendo desenvolvido pela equipe interdisciplinar do Centro Paulista de Neuropsicologia (CPN), considerando sua aplicabilidade para crianças com diagnóstico de TDAH, distribuídas em três grupos conforme a faixa etária, de 6 a 8 anos (n=19); 9 e 10 anos (n=19); e 11 e 12 anos (n=19). O TRIN é constituído por dezesseis subtestes que avaliam: orientação espacial e temporal, memória imediata e evocação, repetição de palavras e dígitos, compreensão, praxia construtiva e habilidades visuo-espaciais, memória operacional, consciência fonológica, habilidade de cálculo, leitura e escrita. Todas as crianças foram submetidas a aplicação do TRIN e avaliação neuropsicológica. Para realizar a análise dos dados foi utilizado o software R (versão 4.0.2). Para a análise das médias dos escores do TRIN foi utilizado o Teste T e Anova. Para verificar quais as variáveis do TRIN estão associadas ao diagnóstico foi utilizado o modelo de regressão logística. A medida de consistência interna do instrumento foi verificada utilizando o Alpha de Cronbach. Foram estimadas as medidas de sensibilidade e especificidade para encontrar o ponto de corte do TRIN sugestivo para a amostra da pesquisa. A análise de correlação entre os testes da avaliação neuropsicológica com os domínios do TRIN foi feita através do Coeficiente de Correlação de Pearson. Foram encontradas diferenças significativas de desempenho nas médias do TRIN entre os sexos apenas nas crianças do grupo 1, com desempenho melhor das meninas. Não foram encontradas diferenças estatísticas de desempenho dos participantes entre os tipos de TDAH. A análise dos diversos domínios do TRIN evidenciou diferenças significativas nos índices de memória operacional e manipulação de sílabas. Com base nos escores do TRIN, foram estimadas as medidas de especificidade e sensibilidade sugerindo ponto de corte 22 para essa amostra. A correlação entre os testes de atenção, praxia visuoconstrutiva e memória operacional da avaliação neuropsicológica com os respectivos índices do TRIN gerou correlação fraca em memória operacional no grupo 3 e praxia visuoconstrutiva nos grupos 2 e 3. Observou- se correlação moderada em memória operacional nos grupos 1 e 2, em atenção auditiva nos grupos 1, 2 e 3. A análise dos resultados totais do TRIN, assim como o ponto de corte, indicaram que como procedimentos diagnósticos não foi possível discriminar efetivamente crianças com TDAH de crianças com outras dificuldades, uma vez que o TDAH é um transtorno bastante complexo e heterogêneo em termos de fatores de risco etiológicos multifatoriais, com diversos problemas comórbidos e prejuízos neuro cognitivos. Sendo assim, sugere-se a análise individual dos subtestes no rastreio de crianças com TDAH. Os resultados desta pesquisa mostraram que o TRIN pode ser um instrumento de rastreio útil para crianças com sintomas compatíveis aos transtornos do neurodesenvolvimento, podendo ser utilizado por profissionais da área da saúde e educação, favorecendo assim, quando necessário, o encaminhamento para avaliação neuropsicológica.