Avaliação do efeito insulinomimético da canferitrina e do canferol em células HepG2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Beatriz Santana [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65984
Resumo: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é um problema global de saúde pública, causado por deficiência na ação e/ou produção da insulina. No fígado, a insulina tem papel importante pelo fato de inibir a produção hepática de glicose e estimular o armazenamento desta na forma de glicogênio, contribuindo para a regulação da glicemia. Os flavonoides fazem parte do grupo de metabólitos secundários presentes em plantas vasculares, sendo utilizados para prevenção e tratamento de diversas doenças, incluindo o DM2. Uma espécie que possui estes compostos é a Bauhinia forficata. A canferitrina (CFT) e canferol (CFR) são flavonoides presentes nesta espécie vegetal que apresentam efeito insulinomimético, sendo promissores para o manejo do DM2. Diante disso, o objetivo deste projeto foi avaliar se estes compostos podem modular a via de sinalização da insulina e/ou o metabolismo de glicose. Para isso, foi avaliada a possibilidade de ancoramento do CFR e da CFT ao sítio de ligação do ATP na subunidade β do receptor de insulina (IR) através de "docking" molecular. Para o ensaio de viabilidade celular, as concentrações avaliadas foram de 0,1μM a 50μM para CFT e de 0,1μM a 100μM para o CFR, por 24h e 72h. Também foi avaliada a atividade enzimática da G6Pase e o grau de fosforilação do IR, AKT e ERK1/2, proteínas da via de sinalização da insulina. Como resultado, através dos estudos teóricos de "docking" molecular, foi verificado que a CFT apresentou 90% da frequência de pose semelhante, enquanto o CFR apresentou 99% da frequência de pose semelhante. Portanto, foi evidenciado a melhor pose de encaixe do CFR com a subunidade β do IR quando comparado com a CFT. Os resultados de viabilidade celular mostram que os dois compostos não são citotóxicos para células HepG2, nas concentrações e tempos avaliados. Para análise enzimática, não foi evidenciada modulação da G6Pase pela insulina (100nM), pelo CFR (10μM) e pela CFT (10μM), após 5 minutos da administração dos compostos. O grau de fosforilação do IR e da ERK1/2 não foi alterado após a administração do CFR ou da CFT isoladamente, e tão pouco após a administração concomitante de cada um dos compostos com a insulina, para avaliação de efeito sinérgico. Todavia, o CFR foi capaz de estimular a fosforilação da AKT quando administrado isoladamente. Em conjunto com a insulina, o CFR apresentou um efeito sinérgico no grau de fosforilação dessa proteína. Diante dos resultados apresentados, podemos concluir que CFR e CFT não modulam a atividade da G6Pase, enzima chave na via gliconeogênica, e não estimulam a fosforilação do IR e da ERK1/2. Todavia, o CFR é capaz de aumentar o grau de fosforilação da AKT, proteína chave na via de sinalização da insulina, independente da ativação do IR, apresentando, ainda, efeito sinérgico com este hormônio na ativação da AKT. O CFR e a CFT apresentam potencial efeito inibitório na fosforilação do IR, resultado obtido através do "docking" molecular. Entretanto, esse efeito não se concretiza quando são realizadas as avaliações in vitro. Diante disso, é possível avaliar o CFR como um composto promissor direcionado a ativação da AKT para efeitos no metabolismo energético, tão alterado em pessoas portadoras de DM.