Efeitos comportamentais da privação de sono em camundongos submetidos ao isolamento social: implicações no comportamento tipo esquizofrênico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Leonardo Brito Lopes e [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2590241
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48450
Resumo: O isolamento social em roedores é amplamente utilizado como modelo animal de transtornos psiquiátricos como depressão e esquizofrenia, por provocar nos animais o que se chama de síndrome do isolamento. Os efeitos nos animais incluem déficits cognitivos, comportamento antissocial, estereotipia, hiperlocomoção e aumento da reatividade à novidade, e são associadas à manifestações vistas nos pacientes. A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico grave e suas principais manifestações clínicas são sintomas positivos e negativos, déficits cognitivos e distúrbios do sono. O sono está intrinsecamente relacionado à esquizofrenia, com a insônia sendo um dos principais sintomas e podendo se apresentar como um prelúdio para o aparecimento dos outros sintomas. Assim, a hipótese do presente trabalho é de que a privação do sono pode precipitar ou potencializar comportamentos do tipo esquizofrênico exibidos por camundongos submetidos ao modelo animal do isolamento social. Para testar essa hipótese buscou-se investigar os efeitos comportamentais da privação do sono em camundongos submetidos ao isolamento social. Camundongos machos recém-desmamados foram submetidos ao isolamento social por 60 dias, e em seguida, submetidos a uma sessão de privação do sono por gentle handling (3 h) ou pelo método das plataformas múltiplas (24 h). Os camundongos passaram por testes de cognição, interação social, estereotipia induzida por apomorfina e hiperlocomoção induzida por anfetamina. Os resultados mostraram que o isolamento social produz os efeitos esperados do modelo. Além disso, um curto período de privação de sono total pelo método do gentle handling pode potencializar os efeitos do isolamento social sobre a função cognitiva, comportamentos estereotipado e antissocial, bem como sobre o efeito estimulante agudo da anfetamina. Já o protocolo de privação de sono pelo método das plataformas múltiplas pode potencializar os efeitos do isolamento social sobre a função cognitiva, o comportamento antissocial e o efeito estimulante agudo da anfetamina. Assim, foi demonstrado que a privação do sono pode constituir uma ferramenta útil para o estudo de modelos animais de esquizofrenia e que o tipo e a duração da privação de sono é um fator importante nesse contexto. O estudo da interação entre sono e esquizofrenia em modelos animais pode ser uma abordagem interessante para investigações posteriores sobre esta doença.