Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Lima, Nathalya Chrispim |
Orientador(a): |
Almondes, Katie Moraes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOBIOLOGIA
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45615
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Resumo: |
Estudos recentes associam o uso prolongado e excessivo de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICS) à privação crônica de sono, com indicativos de piora na qualidade e duração do sono, sono fragmentado e sonolência diurna, e alterações cognitivas como prejuízo às funções executivas. No entanto, há poucos estudos que analisem o efeito das TICs como ferramenta de trabalho em adultos fazendo uso constante e a longo prazo de tecnologia. Este estudo teve o objetivo de avaliar a relação entre uso de tecnologia, privação de sono e alterações nos processos executivos em uma amostra de programadores adultos (n = 21), em comparação a um grupo de não programadores (n = 15). Para avaliação dos parâmetros de sono, utilizamos o Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh, a Escala de Sonolência de Epworth, o Questionário de Matutinidade e Vespertinidade de Horne e Östberg e diário do sono por duas semanas. O uso de tecnologia foi avaliado através de um questionário online. O desempenho executivo foi avaliado através de uma bateria online de testes neuropsicológicos remotos composta pelo Teste de Atenção Online (Subitens de Atenção Alternada, Concentrada e Dividida), Teste Não-Verbal de Inteligência G-38 e Teste de Memória de Reconhecimento TEM-R. A influência de fatores de humor foi avaliada a partir dos questionários PHQ-9 de depressão e GAD-7 de ansiedade, e a fadiga através da Escala de Gravidade de Fadiga. RESULTADOS: Constatamos perfil de privação de sono crônica em ambos os grupos, associada à má qualidade do sono e sonolência excessiva. Programadores apresentam maior irregularidade nos horários de acordar e levantar comparados ao grupo comparação [t = 92,00; p< ,016); t= 99,00; p <,028)], associadas principalmente à fadiga excessiva [Irregularidades do Horário de Dormir (ρ = ,436, p<,038), Acordar (ρ = ,457, p<,028) e Levantar (ρ = ,464, p<,026)], condizente com os efeitos de jet-lag social. Tanto as horas de sono totais no fim de semana quanto a irregularidade do tempo total de cama foram negativamente correlacionados ao desempenho em G-38 (ρ = -,548, p<,008; ρ = -,560, p<,007 respectivamente), sugestivo de prejuízo ao desempenho executivo geral. A queixa de sono insuficiente previu o desempenho em atenção sustentada (β: ,467; t = 2,981; p = ,006), enquanto o horário de acordar durante a semana previu o desempenho em atenção seletiva [β: -1,063; t = -3,095; p < ,004]. O estado civil previu o desempenho em memória de reconhecimento (β = ,451; t = 3,733; p = ,001) e tanto o índice de fadiga quanto a frequência de postagens para o trabalho previram o desempenho em flexibilidade cognitiva e memória operacional [(β: -,555; t = -3,309; p < ,003) e (β: -528; t = -3,309; p< ,002) respectivamente]. Através do presente estudo observamos que o uso de tecnologia para o trabalho relacionou-se à privação parcial crônica do sono, atraso de fase e piora na qualidade do sono na população de profissionais da área, com subsequentes prejuízos ao funcionamento executivo, como memória operacional e flexibilidade cognitiva, e domínios associados como atenção seletiva e dividida. |