Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2001 |
Autor(a) principal: |
Paula, Cristiane Silvestre de [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/17511
|
Resumo: |
Introdução: Como o desenvolvimento infantil é influenciado não só por fatores biológicos, mas também por fatores socioambientais, crianças de nível socioeconômico baixo são consideradas grupo social de risco para atrasos de desenvolvimento. Em muitas regiões urbanas pobres do Brasil, crianças pequenas de alto risco social encontram-se naturalmente reunidas em creches públicas. Portanto, considerando-se a saúde física e mental infantil, essas instituições podem representar um local ideal para intervenções precoces. Objetivos: (1) Verificar a prevalência de atrasos de desenvolvimento mental e motor em crianças de creche de comunidade urbana de baixa renda; (2) identificar fatores de risco biológicos e socioambientais associados a cada tipo de atraso; (3) avaliar a qualidade das creches na comunidade estudada, segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Método: Desenho: Estudo de corte transversal. Participantes: Todas as crianças, entre nove e 30 meses de idade (N=56), de todas as creches municipais (N=2) do Jardim Santa Tereza, Embu, São Paulo. Medidas: (1) Desfechos clínicos: desenvolvimento mental; desenvolvimento motor (Escalas de Bayley); (2) Fatores de risco biológicos: baixo peso ao nascer (<2500g), prematuridade, intercorrências neonatais; (3) Fatores de risco socioambientais: características sociodemográficas (relacionadas à criança, mãe, pai/padrasto, família); saúde mental materna (Self Report Questionnaire / SRQ-20) e número de eventos de estresse (Questionário para Situações Psicossociais Anormais Associadas / Eixo V da CID-10); e (4) Qualidade das creches (Escala de Avaliação de Estabelecimentos Prestadores de Cuidados à Crianças - OMS). Análise estatística: (1) análise descritiva; (2) análise univariada (para examinar possíveis associações entre cada um dos potenciais fatores de risco e desenvolvimento infantil); (3) análise multivariada (melhor modelo associativo envolvendo fatores de risco com algum impacto sobre os desfechos clínicos; regressão linear). Resultados: Prevalência de atraso de desenvolvimento mental: 33,9%; prevalência de atraso de desenvolvimento motor: 29,6%. Quando consideramos a análise univariada, três fatores influenciaram o desenvolvimento mental da criança (menor idade da mãe, menor tempo de moradia da mãe no Embu e maior número de eventos de estresse) e dois fatores influenciaram o desenvolvimento motor (maior tempo de exposição à creche e maior número de eventos de estresse). A análise de regressão múltipla revelou que o número de eventos de estresse foi o único fator de risco que permaneceu no modelo final para cada um dos desfechos clínicos de interesse. Quanto maior o número de eventos de estresse, menor o escore de desenvolvimento mental (p=0,01). O mesmo foi observado para atraso motor (p=0,02). Os eventos de estresse mais freqüentes foram: condições inadequadas do ambiente imediato no qual a criança está inserida (ex. ser criada por apenas um dos pais biológicos ou por avós), eventos de vida agudos (ex. perda de ente querido devido ao fato de o pai abandonar o lar ou de avós migrantes retornarem ao Estado de origem) e relações intrafamiliares problemáticas (ex. discórdia conjugal). Conclusão: Eventos de estresse múltiplos associados a altos índices de atrasos de desenvolvimento mental e/ou motor revelaram a necessidade de implantar intervenções efetivas em creches de comunidades urbanas de baixa renda, que sejam sensíveis às características culturais locais. |