Aquisição de existenciais em contexto de educação bilíngue português-inglês

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Verniano, Marina [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63771
Resumo: Baseada da Teoria Gerativa, proposta por Noam Chomsky (1981, 1986, 1995), esta pesquisa investiga a aquisição de verbos existenciais na língua inglesa por crianças de 5 e 6 anos de idade falantes de português brasileiro (PB) como primeira língua (L1) e inseridas em um contexto de educação bilíngue com exposição de 5 horas semanais à língua inglesa. Enquanto o PB pode se utilizar dos verbos haver, ter e existir para construções existenciais e manter a posição do sujeito vazia (NASCIMENTO e KATO, 1995; VIOTTI, 1999; KATO, 2019), a língua inglesa necessita da concatenação do expletivo there à copula be (there-to be), o que também é conhecido na literatura como there-insertion (MILSARK, 1979; McCAWLEY, 1998), devido à obrigatoriedade de preenchimento da posição do sujeito para essa língua. Essa diferença estrutural é explicada através do Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN) (CHOMSKY, 1981; RIZZI, 1982), no qual o PB é uma língua de sujeito nulo parcial, e o inglês, uma língua marcada negativamente ao PSN, levando a processos de aquisição de linguagem distintos. Dessa forma, a partir da coleta de dados de produção espontânea (DEMUTH, 1998) e de produção eliciada (THORNTON, 1998), esta pesquisa gerou um corpus com dois grupos de crianças e as respectivas professoras de cada grupo. O primeiro (grupo A), composto por 6 crianças, recebeu input enriquecido e direcionado (MARCELINO, 2017, 2019), rico em sentenças existenciais; o segundo (grupo B), composto por 2 crianças, não. Com base em estudos acerca das diferenças paramétricas entre as línguas e em estudos sobre bilinguismo e aquisição de linguagem (HERSCHENSOHN, 2000; GUASTI, 2002; SLABAKOVA, 2016; MARCELINO, 2017, 2018), cabe aqui analisar e descrever a utilização do existencial there to be, pelos sujeitos, com observância a possíveis influências nos processos de aquisição, que possam gerar a produção e/ou representação mental correta e incorreta do verbo. A pesquisa se desenvolveu com base no (i) desenho de um panorama sobre a aquisição de verbos existenciais em segunda língua (L2); (ii) na análise da forma em que esses verbos refletem diferenças na representação mental e nos processos de aquisição de segunda língua (AL2), a partir de suas estruturas, com e sem input direcionado; (iii) na análise e verificação das possíveis influências do ter-existencial (L1) na aquisição do there to be em L2. Na análise de dados, esta dissertação fez a normalização dos dados do corpus, para que possíveis vieses de frequência fossem eliminados, e utilizou o software #LancsBox versão 6.0, através do qual foi possível computar o número de ocorrências de existenciais de ambos os grupos, bem como das professoras. Após a análise dos dados através do software, é perceptível a diferença de produção dos grupos A e B, sendo o primeiro, exposto ao input enriquecido, com maior índice de produção de orações com there to be do que o segundo. Os resultados desta pesquisa apontam para a confirmação do papel do input enriquecido e planejado no processo de aquisição da L2 em contexto de educação bilíngue, corroborando a ideia de que apenas a exposição prematura nesse contexto, não basta.