Acumulação e subjetivações sob o neoliberalismo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ordonhes, Paula de Toledo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63733
Resumo: Este trabalho procura investigar os processos de subjetivação dos maiores acumuladores financeiros de nosso tempo, os bilionários, buscando compreender o que os motivaria a acumular em tal escala. Para isso nos valeremos da noção de erotismo de Georges Bataille, que traz a desmedida e o excesso como elementos fundamentais da experiência erótica. Interrogaremo-nos se a desmedida acumulação financeira poderia ser expressão de um Eros ruinoso, aparentado ao dos personagens do Marquês de Sade, que conduzem tais predicados ao paroxismo. Num segundo momento, investigaremos os elementos constitutivos dos processos de subjetivação neoliberais, intuindo que as subjetividades de bilionários e não-bilionários talvez guardem mais semelhanças do que diferenças. Após uma contextualização histórica acerca da gênese do neoliberalismo, refletiremos com Pierre Dardot e Christian Laval sobre a busca incessante por desempenho e gozo que normaliza a transformação das relações em transações, instituindo a competição e a rivalidade em moto-contínuo como uma forma de conduta moral. Na terceira parte do trabalho, pretendemos investigar aquilo que Bataille chamou de dispêndio improdutivo, a dilapidação desmedida e sem cálculo, aparentada à instituição da dádiva estudada por Marcel Mauss. Cotejaremos dispêndio e dádiva à filantropia contemporânea, procurando expor suas diferenças e possíveis semelhanças.