Práticas fisioterapêuticas para pacientes hospitalizados com covid-19: comparação entre especialistas certificados e não certificados no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Dias, Letícia Marcelino Sotelo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67282
Resumo: Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou pandemia global pela COVID-19 e desde então, o manejo dos pacientes diagnosticados com a doença tem sido desafiador para os profissionais de saúde, devido fisiopatologia complexa e evolução do quadro clínico. Neste cenário, os pacientes hospitalizados podem se beneficiar da assistência prestada por profissionais mais qualificados. O objetivo do presente estudo foi analisar as práticas realizadas por fisioterapeutas com e sem título de especialista no atendimento de pacientes adultos com COVID-19. Tratou-se de um estudo transversal, do tipo survey, com abrangência nacional, realizado de junho a outubro de 2021, através da aplicação de um questionário online desenvolvido e previamente testado. O instrumento foi composto por 50 questões. Foram 485 participantes, sendo 61 fisioterapeutas com certificação e 424 sem certificação de especialista. Os especialistas possuíam maior idade, tempo de formação e experiência profissional, eram mais qualificados e tinham melhores condições de trabalho em relação aos não especialistas. Para os pacientes na enfermaria, os especialistas utilizarem menos o ciclo ativo da respiração (p<0,001), drenagem autógena (p=0,017) e manobra de compressão-descompressão (p=0,018), e utilizaram mais o resistor de carga linear em relação aos não especialistas (p=0,028). Com relação aos pacientes na unidade de terapia intensiva, os especialistas utilizaram mais a hiperinsuflação com o ventilador (p=0,015), períodos intermitentes em ventilação espontânea (p=0,005) e resistores de carga linear (p=0,001), e menos o ajuste da sensibilidade do ventilador (p<0,001), compressão torácica expiratória forte e rápida (p=0,016) e a compressão torácica expiratória lenta e progressiva (p=0,047), e a manobra de compressão-descompressão (p=0,001). Não foi observada diferença significativa para as terapias motoras entre os grupos. Podemos concluir que os fisioterapeutas com o título de especialista usaram com menos frequência técnicas que pudessem aumentar o trabalho respiratório dos pacientes. Além disso, estes profissionais parecem preferir a utilização de técnicas de fisioterapia respiratória que são aplicadas com o ventilador mecânico do que técnicas manuais.