Avaliação do papel da proteína anti-inflamatória Anexina A1 na regulação do Inflamassoma NLRP3 e nas infecções por Candida Albicans e Candida Auris: estudo in vitro e caracterização do perfil lipidômico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Sanches Junior, José Marcos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ATP
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=9515914
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61241
Resumo: Objetivo: Avaliar o papel da AnxA1 na regulação do inflamassoma NLRP3 e na infecção por C. albicans e C. auris em macrófagos e neutrófilos isolados, bem como avaliar o perfil dos lipídios liberados por essas células após a ativação do NLRP3 e nas infecções por Candida spp. Metodologia: Camundongos machos C57BL/6 selvagens (WT) e nocautes para AnxA1 (AnxA1-/- ) receberam injeção intraperitoneal de solução de amido a 1,5% ou carragenina a 0,3% para obtenção de macrófagos e neutrófilos do lavado peritoneal, respectivamente. Essas células foram estimuladas com lipopolissacarídeo (LPS), (por 3 horas), seguida da administração dos agonistas de NLRP3, nigericina (1 hora) ou ATP (30 minutos). Também foi verificado a ação do peptídeo mimético da AnxA1 (Ac2-26) em neutrófilos ativados pelo NLRP3. Para verificar a resposta de neutrófilos em infecções fúngicas, bem como a relação da AnxA1 nestas condições, estas células foram cocultivadas com as cepas de C. albicans e C. auris por 4 horas. Resultados: Nos macrófagos evidenciou-se que a falta de AnxA1 exacerba a liberação de IL-1β após a indução da ativação do inflamassoma NLRP3, bem como acarreta mudanças no perfil lipídico, tendo as ceramidas como os principais lipídios mediadores. A expressão de NLRP3 foi maior em macrófagos AnxA1-/- tratados com nigericina e pontos de colocalização foram verificados entre o inflamassoma NLRP3 e AnxA1, evidenciando a participação dessa proteína na regulação do NLRP3. Em neutrófilos, a AnxA1 endógena demonstrou ser importante para a ativação do NLRP3, uma vez que a liberação de IL-1β foi inferior quando comparado aos WT. A adição do peptídeo Ac2-26 reduziu a liberação de IL-1β pela via de ativação do inflamassoma NLRP3 em neutrófilos WT, mas não reverteu a liberação desta citocina em neutrófilos AnxA1-/- . Potenciais biomarcadores lipídicos relacionados ao estresse e ativação celular, incluindo esfingolipídios específicos e glicerofosfolipídios, foram identificados no sobrenadante dos neutrófilos de ambos genótipos após ativação por nigericina. O tratamento com Ac2-26 aumentou a concentração de fosfatidilserinas e fosfocolinas oxidadas, biomarcadores lipídicos relacionados à via da resolução inflamatória. Neutrófilos AnxA1-/- cocultivados com C. albicans ou C. auris apresentam maior expressão de COX-2 e ativação das MAPKs em relação aos WT. A falta de AnxA1 promoveu diferença no perfil lipídico, tendo maior proeminência de glicerofosfolipídios, tanto em neutrófilos co-infectados quanto no grupo AnxA1-/- controle. Conclusão: A AnxA1 desempenha diferentes papeis na sinalização do inflamassoma NLRP3 com base em sua localização intra ou extracelular e tipo celular. Além disso, regula a ativação dos neutrófilos pela infecção por Candida spp., evidenciando seu potencial imunomodulador em doenças inflamatórias e infecciosas.