Isolamento, Identificação estrutural e avaliação do potencial antineoplásico da nigericina, produzida por streptomyces hygroscopicus ACTMS-9H

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: PRINCIVAL, Iza Mirela Rodini Garcia
Orientador(a): SILVA, Teresinha Gonçalves da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54765
Resumo: O Câncer é um grande problema de saúde pública mundial. Neste sentido, este trabalho apresenta o isolamento, caracterização, avaliação da atividade anticâncer e possíveis modos de ação da nigericina produzida por Streptomyces hygroscopicus ACTMS-9H. A nigericina foi obtida em uma proporção de 30% (m/m), a partir de um extrato pré-purificado denominado EB1 e teve sua atividade neoplásica avaliada empregndo diferentes linhagens de células tumorais. Os resultados destes ensaios, obtidos pelo método do MTT, mostraram excelentes resultados para células de adenocarcinoma mamário MCF 7 (CI50 = 0,11 M), carcinoma mucoepidermóide pulmonar NCIH 292 (CI50 = 0,04 M), fibroblastos murino L929 (CI50 = 0,3 M), leucemia promielocítica aguda HL 60 (CI50 = 0,001 M) mastocitoma de camundongo P 815 (CI50 = 0,01 M), células do carcinoma de cólon HCT 116 (CI50 = 0,01 M), além de CI50 = 0.041 M, em células mononucleares do sangue periférico humano PBMC. Por se tratar de um modelo humano, apresentar resultados de relevância e existir poucos dados na literatura, células HCT 116 foram escolhidas para realizar ensaios de morte celular e mecanismo de ação. Analisando dados de microscopia óptica, onde diversas alterações morfológicas foram constatadas, os resultados corroboram com os ensaios bioquímicos, que indica que o ácido livre de Nigericina induz morte celular por apoptose e autofagia. Por fim, ensaios envolvendo quinases mostraram bons resultados de CI50 para: CDK9 (36,12M); JAK3 (8,82M); CK1ε (23,03M); GSK3β (5,38M); ABL1 (14.73M). Por apresentar boa atividade frente às quinases JAK3 e GSK3, simulações computacionais foram realizadas, mostrando importantes interações da nigericina no sitio ativo destas enzimas. Para o alvo JAK3, por exemplo, a nigericina foi capaz de realizar três ligações de hidrogênio, com distâncias de 2,8Å (GLN827); 2,9Å (lYS830) e 2,7Å (ARG953). Já para o modelo GSK3, outras três ligações de hidrogênio, com distâncias de 3,3Å (VAL61); e 3,2Å e 3,4Å, com o mesmo resíduo de aminoácido (ambos com ASP200), foram observadas. Apesar de ser um estudo preliminar, essas interações em JAK-3 e GSK3-β sugerem morte por autofagia.