Frequência dos distúrbios do sono em pacientes com doença do espectro neuromielite óptica comparados com amostra representativa da população da cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Perin, Marília Mamprim de Morais [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63742
Resumo: Introdução: O espectro de doença neuromielite óptica (NMOSD) é um distúrbio autoimune e inflamatório do sistema nervoso central, caracterizado por desmielinização do nervo óptico e medula espinal, com um curso recorrente na maioria dos casos. Uma porcentagem significativa dos doentes apresenta lesões cerebrais em regiões importantes para a arquitetura do sono. Objetivos: Descrever as características do sono na NMOSD; compará-las com o grupo controle; avaliar a relação entre as características clínicas da doença e as alterações do sono; e pesquisar suas associações com as lesões desmielinizantes observadas na ressonância magnética. Métodos: Estudo de caso-controle, no qual foram entrevistados, de maneira prospectiva e consecutiva, 62 pacientes entre setembro de 2014 e dezembro de 2016. Os participantes responderam aos principais questionários para avaliação do sono, cronotipo, fadiga e depressão. Os escores dos questionários foram comparados aos do grupo controle, utilizando-se propensity score matching para reduzir o viés na estimativa das diferenças entre as duas populações. Resultados: Pacientes com NMOSD apresentaram má qualidade do sono em sua maioria (62,9%); alto risco de apneia obstrutiva do sono em 29,03%; ausência de depressão em 45,18%; síndrome das pernas inquietas foi encontrada em 14,52%; fadiga leve a moderada foi encontrada em 38,71%; e cronotipo matutino em 46,77%. A comparação entre os pacientes e o grupo controle evidenciou pior qualidade do sono nos pacientes com NMOSD, assim como maior tendência à depressão. Aumentono sistema funcional (SF) esfíncter do EDSS (Expanded Disability Status Scale) prediz piora na qualidade do sono (B = 2,40); aumento no SF visual não interfere no cronotipo; e o SF piramidal não influencia na escala de gravidade de SPI. Não encontramos relação entre as alterações do sono e as lesões desmielinizantes presentes na RM do encéfalo e medula dos pacientes. Conclusão: Pacientes com NMOSD apresentam pior qualidade do sono e mais depressão do que a população geral mesmo tratados e com acompanhamento médico regular. Tratar as alterações esfincterianas das sequelas da NMOSD melhoram a qualidade de sono. O cronotipo dos pacientes é semelhante ao da população geral com idade média maior, o que pode sugerir envelhecimento cerebral precoce por atividade inflamatória crônica.