Avaliação dos efeitos preventivos do canabidiol e caracterização de um traço latente relacionado à esquizofrenia na linhagem SHR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Peres, Fernanda Fiel [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63636
Resumo: Introdução: A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico associado a altos custos pessoais e sociais. O tratamento farmacológico da esquizofrenia apresenta altas taxas de refratariedade e promove efeitos adversos significativos. Nesse contexto, tem-se buscado estratégias preventivas para esse transtorno. Em trabalhos anteriores, verificamos que o tratamento com canabidiol (CBD), na dose de 0,5 mg/kg, durante a peri-adolescência (30 aos 60 dias pós-natal) previne a manifestação de alterações comportamentais em um modelo animal de esquizofrenia, a linhagem de ratos espontaneamente hipertensos (SHR). No entanto, não se sabe quais os mecanismos moleculares responsáveis por esse efeito preventivo benéfico. Objetivo: Avaliar os efeitos de um tratamento com CBD durante a peri-adolescência sobre as concentrações centrais de monoaminas e BDNF, no modelo da linhagem SHR. Métodos: Ratos machos das linhagens SHR e Wistar (linhagem controle) foram tratados com 0,5 mg/kg de CBD o veículo, por via intraperitoneal, dos 30 aos 60 dias (n = 6-7/ grupo). As concentrações de BDNF e monoaminas foram dosadas por ELISA e HPLC, respectivamente, aos 61 e aos 90 dias de vida. Essa quantificação foi realizada em três regiões relevantes para a fisiopatologia da esquizofrenia: o córtex pré-frontal, o estriado e o hipocampo. Resultados: O tratamento com CBD aumentou as concentrações de BDNF no estriado e as reduziu no hipocampo em animais de 61 dias de ambas as linhagens. O CBD também promoveu, aos 61 dias, diminuição das concentrações de serotonina e aumento do turnover desse neurotransmissor (razão entre as concentrações de 5-HIAA e serotonina) no córtex pré-frontal. Aos 90 dias, os animais tratados com CBD apresentaram aumento das concentrações pré-frontais de 5-HIAA. Conclusão: O efeito preventivo benéfico do CBD pode estar relacionado às modificações promovidas por esse composto sobre as concentrações de BDNF na peri-adolescência, bem como por uma modulação das concentrações pré-frontais de serotonina e seus metabólitos, a qual se estende até pelo menos um mês após o término do tratamento.