Pré-diabetes em indivíduos submetidos ao cateterismo coronariano: implicações do uso de diferentes critérios diagnósticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Piveta, Valdecira Maria [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2381578
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48828
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) se associa com elevado risco de doença cardiovascular (DCV). O pré-diabetes (PD) é uma condição limite entre a normalidade e o DM. Os indivíduos com PD apresentam risco elevado de evolução para DM, mas sua relação e risco para DCV ainda estão indefinidos, sobretudo pelo emprego de diferentes métodos de diagnóstico, através da dosagem da glicemia e da hemoglobina glicada (A1c). A definição do risco cardiovascular nos indivíduos com PD pode nortear medidas preventivas mais eficazes evitando potencial morbimortalidade desses indivíduos. Objetivo: Identificar a frequência de PD em indivíduos submetidos a cateterismo coronariano; investigar as diferenças no perfil metabólico e de risco cardiovascular nos indivíduos com PD submetidos a cateterismo coronariano com emprego das dosagens de glicemia de jejum (GJ) e A1c. Material e métodos: Foram estudados 823 indivíduos, idade 60 ± 5,7 anos(média ± DP), 57,1% homens, com IMC de 27,44 ± 3,03 kg/m2(média ± DP), submetidos ao cateterismo coronariano eletivo. 514 não tinham distúrbios de glicose previamente conhecidos e foram classificados, em relação ao seu status glicêmico definido pela GJ e A1c, como normoglicêmicos (N), PD ou DM segundo os critérios da Associação Americana de Diabetes (ADA). Doença arterial coronariana (DAC) foi definida como estenose de 50% em um vaso principal da coronária ou em algum de seus ramos. Calculou-se o escore de Framingham. Resultados: Entre os indivíduos diagnosticados por GJ, 41,2% tinham PD e 6% tinham DM. Entre aqueles diagnosticados pela A1c, 52,7% tinham PD e 12,7% tinham DM. Concordância para o diagnóstico de PD ocorreu em 125 indivíduos (? = 0,084). Dezoito indivíduos tiveram diagnóstico concordante de DM (? = 0,310). Os indivíduos com PD tiveram uma freqüência semelhante de CAD comparados tanto aos indivíduos N quanto aos com GJ (60,6 vs 58,8%) e A1c (56,4 vs 61,5%) (p > 0,05). Indivíduos com PD identificados pela GJ apresentaram menor HOMA2B (65,4 [60,9-69,9] vs. 76,6 [71,4-81,9]) e menor HOMA2IR (1,10 [0,98-1,22] vs. 0,80 [0,72-0,89]), quando comparados aos indivíduos N, bem como um leve aumento do OR [IC 95%] para ter risco de Framingham? 20% (1,74 [1,15-2,61]). Indivíduos com PD identificados pela A1c tiveram ORs mais elevados de ter risco de Framingham ? 20% (2,07 [1,22-3,51]), hipertensão arterial (3,03 [1,85-4,95]) e dislipidemia (2,14 [1,36-3,37]), em comparação aos indivíduos N. O PD associou-se a um aumento do número de lesões coronarianas somente quando diagnosticado por A1c 2 [0-4] PD versus 1 [0-3,5] N, (p = 0,011 para tendência).Conclusão: PD e DM são altamente prevalentes (~60%) em indivíduos sem distúrbios de glicose previamente conhecidos submetidos à angiografia coronariana eletiva. A1c diagnosticou mais indivíduos com distúrbios glicêmicos do que a GJ. A1c identificou indivíduos com pior perfil cardiometabólico quando comparada com a GJ em indivíduos submetidos à angiografia coronariana.