Elementos narrativos corporificados em consultas clínicas de pessoas com Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Fronza, Simone Alencar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10811364
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/58387
Resumo: Neste presente trabalho exploraremos a emergência de elementos narrativos durante interações clínicas das quais participam pessoas diagnosticadas com Doença de Alzheimer. Neste estudo, elementos narrativos foram concebidos como elementos corporificados que emergem junto com a fala e carregam histórias, memórias e experiências das pessoas com Alzheimer. As consultas clínicas, do ponto de vista dos estudos etnográficos e interacionais (CLARK e MISHLER, 2001; MOITA LOPES, 2001), representam um lugar institucional de trocas interativas que nos dizem, a partir da linguagem, muitas coisas sobre a organização social da vida cotidiana das pessoas. A linguagem e as práticas com linguagem, dentre as quais as práticas de narrar ou de trazer elementos narrativos em enunciação, são um dos lugares em que manifestamos e construímos, discursivamente, quem somos ou ainda compartilhamos uma certa versão pública de nós. Como metodologia, foi realizado um trabalho de campo no Ambulatório de Neurologia do Comportamento da Universidade Federal de São Paulo, onde foram registradas em vídeo 5 consultas clínicas que deram origem a um corpus de pesquisa denominado CENA – Corpus para o Estudo de Narrativas e Alzheimer. Dessas 5 consultas, foram selecionados 6 momentos de interação que foram então tratados como excertos e que foram transcritos com base na transcrição proposta por Mondada (2016). A análise do corpus é qualitativa, levando em conta os aspectos multimodais, sobretudo corporais, constitutivos dessas interações como uma das formas de investigar a subjetividade nos contextos de perda sociocognitiva através das ações de narrar ou esboçar narrar algo (HYDÉN, 2013a, 2013b). Com esta pesquisa, discutimos as várias formas de narrar em uma conversa, evocando o que podemos pensar sobre subjetividade e linguagem na forma como a pessoa com perda de memória progressiva constrói suas narrativas. Com a análise multimodal e a partir da noção de memória e elementos narrativos corporificados, procuramos contribuir para o estudo do corpo conjuntamente com a fala como central na construção das interações das quais participa uma pessoa diagnosticada com Doença de Alzheimer.