Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Silva, Wellington Souza [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69575
|
Resumo: |
A partir de 2013, assistiu-se no Brasil a um incremento na produção artística com conteúdo deliberadamente político. Manifestações populares se multiplicaram, com ressonâncias na obra de alguns artistas e em coletivos de criação. Performances e instalações ganharam espaço dentro e fora das instituições como formas de atuação política, num crescente processo de politização da arte e artificação da esfera pública. Fato é que um ativismo das artes e pelas artes se intensificou nos últimos anos tanto na esfera pública quanto nos espaços reservados à exposição das artes, movimentação que apenas se arrefeceu em 2020 com a crise da pandemia. Tornou-se imperiosa, em dado momento, a influência na mídia e nas redes sociais de um tipo de manifestação de cunho artístico atrelada a questões sociais, chegando mesmo a motivar modificações nos rumos curatoriais das instituições museais. A onda conservadora e reacionária, que se abateu no país com a eleição em 2018 de um governo de extrema direita, não fez senão intensificar novas políticas expositivas e uma pauta de engajamentos políticos em muitos artistas brasileiros. Este estudo procura, num primeiro momento, focalizar a arte brasileira em sua condição de mediação entre o simbólico e as transformações sociais dos modos de representatividade em sua diversidade. Para tanto, são revisitadas algumas argumentações em torno das relações entre a arte e seu público, do papel social e educacional das instituições expográficas, assim como das políticas inclusivas ligadas às artes. Uma conceituação recente tem proposto o neologismo artivismo para referenciar modos renovados da relação entre arte e política, e para categorizar os destinos potenciais da arte enquanto ato de resistência e transgressão. Assim, o artivismo é aqui investigado como cenário alternativo de reivindicação social assim como de fruição e de criação artística. A perspectiva nos leva a focalizar exposições e publicações recentes bem como a estimar a repercussão midiática de algumas polêmicas como a que envolveu a exposição de 2017 Queermuseu – Cartografias da diferença na arte brasileira. O artivismo é aqui entendido como motivador de dissidências e de insurgências. Razão porque, em um segundo momento, este estudo focaliza ações estético-políticas em coletivos de expressão queer, com trabalhos que representam a dissidência sexual como forma de resistência frente à onda conservadora. Procura-se estimar as potencialidades de uma expressão queer como modo de repercussão de uma atualidade combativa contra as exclusões sociais e ideológicas da população LGBTQIA+. Assim procedendo, em suas duas frentes de trabalho, este estudo entende fornecer algum repertório argumentativo a uma renovada reflexão, que hoje se faz vistosa, sobre os rumos de uma política da estética e de sua relação com uma estética da política. |