Avaliação do impacto do treinamento resistido progressivo na melhoria da capacidade funcional de pacientes com artrite reumatóide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lourenzi, Felipe Martinelli [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=1796213
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48162
Resumo: Introdução: A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica que acomete pequenas e grandes articulações de forma simétrica, acarretando destruição da cartilagem e sinovites, podendo ocorrer o ?pannus?. Nos casos agressivos e não tratados pode ocorrer deformidade e incapacidade. As articulações mais frequentemente acometidas são mãos, punhos, interfalângicas proximais, metacarpofalângicas, metatarsofalangicas, joelhos, cotovelos, tornozelos, ombros e quadris. Antigamente, acreditava-se que os exercícios eram benéficos para a amplitude de movimento (ADM) e força muscular (FM), mas os mesmos podiam causar prejuízos. Atualmente, vários estudos comprovam que os exercícios são seguros e benéficos para o condicionamento aeróbio na AR, mas com relação à atividade da doença, habilidade funcional, dor e qualidade de vida os estudos são inconclusivos. Estudos sobre a efetividade do treinamento resistido progressivo global em AR são escassos. Por isso, torna-se necessário realizar um ensaio clínico que busque avaliar o impacto do treinamento resistido progressivo global em pacientes com AR. Objetivo: Avaliar a efetividade do treinamento resistido progressivo global na melhoria da capacidade funcional, qualidade de vida, dor e FM de pacientes com AR. Tipo de estudo: Ensaio clínico controlado e randomizado com avaliador cego. Material e métodos: Foram incluídos 60 pacientes classificados com AR pelos critérios do ACR (1988), com idade entre 18-65 anos, com medicação estável, que não estavam realizando atividade física, não tinham outra doença osteomuscular e ausência de contraindicação para realizar atividade física. Foram contatados cento e treze pacientes (113) e apenas sessenta (60) foram incluídos. Os pacientes foram randomizados em dois grupos. O grupo intervenção (GI) realizou o programa de fortalecimento durante 12 semanas, duas vezes por semana. O grupo controle (GC) não realizou exercícios de fortalecimento, recebendo apenas tratamento medicamentoso estabelecido pelo médico reumatologista. O programa de fortalecimento resistido progressivo (PFRP) consistia de exercícios para os seguintes grupos musculares: flexores e eretores de tronco, adutores e flexores do ombro, flexores e extensores do joelho, adutores e abdutores do quadril,flexores e extensores do cotovelo, elevadores do ombro e flexores e extensores dos punhos, todos realizados com 50% e 70% de uma Repetição Máxima (1RM), utilizando máquinas de fortalecimento muscular específico para cada grupo muscular e halteres. A carga foi reavaliada após seis e 12 semanas da avaliação inicial. A atividade da doença (DAS 28) foi avaliada por uma médica reumatologista e a avaliação da capacidade funcional (HAQ), qualidade de vida (SF-36), força de preensão (dinamômetro), força muscular (RM), quantidade de medicamento consumida e avaliação de dor (END) foram realizadas no início do estudo, na 6ª e na 12ª semana por um avaliador cego. Resultados: Dos 60 pacientes incluídos neste estudo, 33 foram alocados para o grupo controle e 27 pacientes para o grupo intervenção. Na análise intergrupos usando o ANOVA de medidas repetidas, foram encontrados melhores resultados para o grupo intervenção no HAQ (p=0,001), em alguns domínios do SF-36 (capacidade funcional: p<0,001; dor: p=0,002 e aspectos sociais: p=0,049), no END (p=0,035) e na força muscular (preensão da mão direita: p<0,001; preensão da mão esquerda: p<0,001; flexores do joelho direito: p=0,001; flexores do joelho esquerdo: p=0,003; extensores do joelho direito: p=0,009; extensores do joelho esquerdo: p=0,032). Contudo, não foi observada diferença estatisticamente significante no que diz respeito ao consumo de medicamento entre os grupos (p>0,05). Conclusão: Por meio dos resultados obtido neste estudo, foi possível concluir que o treinamento resistido progressivo é efetivo para a melhora da capacidade funcional de pacientes com artrite reumatoide avaliado pelo HAQ. Além disso, o treinamento resistido progressivo melhorou a dor, a qualidade de vida de acordo com o SF-36 (capacidade funcional, dor, vitalidade, aspectos sociais, aspectos emocionais e saúde mental) e a força muscular de alguns grupos musculares exercitados.