Gênero, sexualidade e violência na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Borba, Ingrid Aparecida Peixoto de [Unifesp]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71879
Resumo: O objetivo desta pesquisa é refletir sobre os elementos que permeiam a violência escolar, em especial aqueles relacionados com a homofobia e a sexualidade. Objetiva também compreender, a partir da cultura e pela via do contexto escolar, a repressão e o aprisionamento/dominação do corpo sexuado e as práticas de maus-tratos entre colegas e sua possível relação com o preconceito. Participaram da pesquisa 73 estudantes de duas escolas públicas do 9º ano do Ensino Fundamental, e 3 professores(as) que lecionam para estas turmas, da cidade de Guarulhos, no Estado de São Paulo. Os(as) estudantes responderam às Escalas de Identificação da Violência Escolar (Crohik et. al., 2017, 2018) e à Escala P (Crochik, 1999); e os professores foram entrevistados a partir de um roteiro semiestruturado com questões voltadas à temática da violência e os papeis de gênero nas relações entre alunos. Para as análises foram utilizados alguns dos textos de Freud e de Adorno sobre estes temas a fim de compreender a sociedade administrada e suas formas violentas de dominação, além do papel da sexualidade na construção da personalidade bem como o lugar e o não-lugar dos corpos na sociedade. Destaca-se a influência da estrutura social na promoção da violência, reforçada em moral, sexo e poder. A adaptação à racionalidade pouco reflexiva gera contradições e busca por válvulas de escape insatisfatórias, como o bullying, a homofobia e outros tipos de preconceito, o que inclui a criação de inimigos comuns. Ao avaliarmos as categorias "Gay/Lésbica", "Afeminado", "Masculinizada" e "Transexual", os resultados mostram que a maioria das salas ainda apresenta algum grau de preconceito, mesmo que pequeno. O estudo mostrou que os índices de maus tratos entre colegas diretamente vinculados a representação de gênero e sexualidade não foram os mais elevados; contudo identificou-se a existência, ainda que baixa, de preconceito contra colegas gays, lésbicas e transexuais. Tais rejeições alcançaram a média de um ponto numa escala cujo valor máximo pode chegar a sete. Estes dados indicam uma persistente rejeição no ambiente escolar em relação àqueles que não seguem as normas de convergência entre gênero e orientação sexual. Essa rejeição reforça tanto uma normatividade masculina quanto a crença de que a expressão da feminilidade, sobretudo em corpos identificados como masculinos, é considerada inadequada o que pode tornar vítimas de violência os e as estudantes que sejam identificados dessa forma na escola.