Caracterização molecular de rotavírus como causador de diarreia em população de duas regiões geográficas do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Leite, Marcel [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/22795
Resumo: Em escala global, o rotavirus e considerado como o principal causador da diarreia infantil grave, acometendo, principalmente, criancas entre 0 e 5 anos. Em marco de 2006, a vacina Rotarix® (oral, cepa G1P[8] atenuada de origem humana) foi incluida no calendario vacinal brasileiro. Dados do ministerio da Saúde revelam que no ano de 2009 a cobertura nacional deste imunizante foi de 84,4%. Relatos sobre o aumento na circulacao da cepa G2P[4], apos 2006, trouxeram a tona a discussao ao redor da eficacia deste imunizante, para as cepas nao G1. Considerando que a epidemiologia molecular do rotavirus pode apresentar dados para o aprimoramento do controle vacinal na populacao infantil, o objetivo deste estudo foi identificar os genotipos de rotavirus circulantes, em 2 regioes brasileiras, durante o ano de 2009. Um total de 223 amostras de fezes, provenientes das regioes Nordeste (Bahia e Pernambuco) e Sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro), com resultado previamente positivo para rotavirus (Imunocromatografia) foram submetidas a tecnica nested RT-PCR para serem genotipadas de acordo com as proteinas VP7 (G) e VP4 (P). A caracterizacao genotipica do rotavirus foi obtida em 175 amostras (78,5%). Para essas amostras, a idade dos pacientes variou entre 0 a 83 anos (media de 15,6 anos e mediana de 6 anos), sendo 46,3% na faixa de 0 a 5 anos, 50,9% eram individuos do sexo feminino e, com relacao a regiao de origem, 52,6% foram provenientes da regiao Nordeste e 47,4% da regiao Sudeste. Em relacao a sazonalidade, 59,0% (Sudeste) e 73,9% (Nordeste) das amostras genotipadas foram colhidas entre os meses de junho e setembro. Para a genotipagem de VP7, foi observada circulacao dos genotipos G1, G2 e G4 (Nordeste) e G2, G3, G5 e G9 (Sudeste), enquanto que para VP4 foi observada circulacao de P[4], P[8], P[6] e P[9] (Nordeste e Sudeste). As associacoes de G e P mais frequentes no Nordeste foram G2P[4]/G2P[NT] (81,4%), G2P[6] (5,2%) e G1P[6] (5,2%), enquanto que no Sudeste foram G2P[4]/G2P[NT] (78,8%), G2P[6] (8,2%) e G9P[8] (4,7%). Entre os individuos de 0 a 4 anos que foram imunizados contra o rotavirus (15,1%), o genotipo G2P[4]/G2P[NT] foi identificado em 91,0% e naqueles com mesma faixa etaria que nao foram imunizados (9,6%) o genotipo G2P[4]/G2P[NT] foi encontrado em 85,7%. Tais achados, em concordancia com o alto indice de cobertura vacinal, sugerem que a circulacao de G2P[4] nas regioes estudadas apresentou aumento consideravel apos a adocao da Rotarix® no calendario vacinal