A Revolução Cultural em Herbert Marcuse: da emancipação do sujeito à transformação social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ferrari, Luciana Miguel [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67159
Resumo: A proposta deste trabalho é articular três momentos temáticos do pensamento de Marcuse a partir da uma preocupação central que perpassa e dá sentido à sua obra teórica: a busca por uma nova teoria da revolução e da transformação social para o marxismo no século XX. Esses três momentos temáticos, consistem, primeiro, em um diagnóstico do presente histórico vivido por Marcuse, caracterizado pelo alto nível de desenvolvimento das forças produtivas nas sociedades capitalistas industriais avançadas e suas novas formas de dominação e controle social, para as quais a dimensão da subjetividade passa a ser central. O segundo momento temático, que decorre do diagnóstico anterior, consiste na necessidade de revisão do marxismo e na busca pelos potenciais emancipatórios da subjetividade, que Marcuse encontra nas qualidades erótico-estéticas e no poder crítico da razão dialética e sensível. A revisão do marxismo a partir da subjetividade e a ênfase na mudança subjetiva como motor da transformação social leva ao terceiro momento: a elaboração de um novo conceito de revolução, que se dá no espaço da cultura, entendida por Marcuse como modos de viver, pensar, agir e sentir. Nesse novo cenário (a cultura) se dá o intercâmbio entre a transformação subjetiva e social. O resgate das qualidades erótico-estéticas e a libertação da consciência permitem ao sujeito estabelecer outra relação entre vida e história, uma relação erótica, estética, criativa e dialética. E, assim, de mero reprodutor passivo de comportamentos engendrados pelas estruturas sistêmicas que o afetam, ele pode se tornar sujeito histórico, capaz de ação histórica. A utopia erótico-estética da sociedade socialista livre pode ser, assim, resgatada do futuro pós- revolucionário e assumir um papel ativo e constitutivo da ação política no presente, se tornar um valor atuante e participante na reinvenção dos modos de vida do presente, na construção de experiências utópicas concretas que sejam capazes de emanar sua força transformadora e transcendente dentro da própria realidade estabelecida.