Associação entre os lipídeos alimentares e os ácidos graxos séricos com sintomas depressivos e de ansiedade de adolescentes com obesidade: um estudo transversal exploratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Sandra Maria Chemin Seabra da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69231
Resumo: Introdução: A obesidade, o transtorno de ansiedade e a depressão são doenças complexas e multifatoriais com alta prevalência e incidência, sendo estabelecidas, atualmente, como um problema de saúde pública global. Todas apresentam a inflamação crônica e o padrão alimentar como importantes fatores. Neste sentido, os ácidos graxos circulantes merecem destaque, especialmente pelos seus efeitos anti e pró-inflamatórios. Objetivo: Verificar o grau de associação entre os lipídeos obtidos por meio da alimentação, lipídeos séricos e mediadores inflamatórios com os sintomas de depressão e a ansiedade-traço de adolescentes com obesidade. Métodos: Trata-se de uma pesquisa retrospectiva de coorte, que visitou o banco com os dados de 399 adolescentes com obesidade, pertencente a um estudo realizado no período de 2008 a 2012, conduzido pelo Grupo de Estudos da Obesidade (GEO) da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa UNIFESP. Este banco era composto pelos dados de massa corporal, estatura, composição corporal, glicemia, insulinemia e perfil lipídico (p. ex., triglicérides, colesterol total e frações), concentração plasmática de leptina, adiponectina, fator de necrose tumoral alfa (TNF-), inibidor da ativador do plasminogênio-1 (PAI-1), proteína C reativa (PCR), interleucinas (IL) 1, 6 e 10, perfil de ácidos graxos séricos livres, dados do consumo alimentar e dados do Inventário de depressão de Beck (BDI) e do Inventário de Ansiedade Traço e Estado (IDATE). Resultados: Artigo 1) A amostra foi composta por 138 adolescentes, com idade média de 16,38 anos (± 1,49), Índice de Massa Corporéa médio de 35,78 kg/m2 (± 4.79), sendo 38,4% do gênero masculino e 61,6% do gênero feminino. Tendo os sintomas de depressão como variável desfecho (dependente), as análises de associação foram feitas para verificar o grau de predição das variáveis independentes (p. ex., composição corporal, metabolismo da glicose, perfil lipídico, perfil de ácidos graxos, concentração de leptina, adiponectina, interleucina IL-6, IL-10, TNF-α, PCR, PAI-1). Os sintomas depressivos foram verificados em 54,6% da amostra. Além disso, houve correlação positiva entre os sintomas depressivos e o teor sérico de ácidos graxos saturados (AGS), gordura corporal e adipocinas inflamatórias, como leptina, IL-6 e a relação leptina/ adiponectina. Por outro lado, a correlação foi negativa entre os sintomas de depressão e o total de ácidos graxos poliinsaturados (AGP) do tipo -3. Artigo 2) Para este estudo foram analisados os dados de 125 adolescentes com obesidade, relacionando a ansiedade-traço com a composição corporal, citocinas e ácidos graxos séricos, massa de gordura visceral e massa de gordura subcutânea, concentrações séricas de glicose, insulina, triglicerídeos, colesterol total e fração (VLDL, HDL, LDL, HDL), alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, γ-glutamil transferase, leptina, adiponectina, PAI-1, PCR, e sintomas de Ansiedade-traço. Foi estudado também a associação da Ansiedade-traço com a ingestão de energia e macronutrientes. Os grupos foram criados com base nos percentis de ingestão total de lipídios. No entanto, não houve associação dos lipídios consumidos ou dos ácidos graxos séricos com ansiedade-traço. Conclusão: Os AGS foram positivamente correlacionados aos sintomas depressivos, ao passo que os AGP apresentaram correlação inversa. Contudo, nenhuma correlação foi verificada com ansiedade-traço, nem com lipídios consumidos. Estes resultados indicam que são necessários estudos novos estudos longitudinais, a fim de confirmar a causalidade entre os AG séricos e depressão e a não causalidade com ansiedade-traço em indivíduos com obesidade.