Avaliação do enriquecimento de cogumelos com selênio e efeitos antagônicos com elementos tóxicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Aline Pereira de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63935
Resumo: Os cogumelos são organismos bioacumuladores e frequentemente são utilizados em estudos voltados ao enriquecimento com Se, bem como bioindicadores e/ou biorremediadores de poluição ambiental. Estudos têm mostrado que o Se desempenha um papel protetivo eficiente contra a toxicidade de alguns elementos tóxicos, como Cd, Hg e Pb. Desta forma, o objetivo desse trabalho foi avaliar o enriquecimento de cogumelo salmão (Pleurotus djamor) e shimeji branco (Pleurotus ostreatus) com Se e o seu papel protetor contra a toxicidade de Cd, Hg e Pb. Para tanto, os efeitos da suplementação do meio de cultivo com Se(IV), Se(VI), Cd, Hg e Pb foram estudados de acordo com as alterações nas características morfológicas dos cogumelos, bioacumulação elementar, distribuição de elementos essenciais (imageamento químico), bioacessibilidade, distribuição de espécies orgânicas e inorgânicas de Se e Hg e distribuição proteica. A suplementação do meio de cultivo com Se(IV) favoreceu a absorção e bioacumulação de Se nos cogumelos, variando de 19±4 μg/g (shimeji branco) a 76±2 μg/g (cogumelo salmão). Após o enriquecimento, as concentrações de K, Mg, Mn, P, S e Zn foram mantidas em relação ao grupo controle sendo produzidos cogumelos enriquecidos com Se, morfologicamente similares ao grupo controle e comercialmente aceitáveis. Diferenças na distribuição elementar espacial foram encontradas em estudos de imageamento por LIBS, revelando ser uma ferramenta analítica promissora para visualização rápida dos efeitos do enriquecimento de cogumelos. O enriquecimento com Se(IV) não alterou a bioacessibilidade de Ca, Cu, K e Mn e aumentou principalmente Mg (12%) e Zn (14%) no cogumelo salmão comparado ao grupo controle. Os resultados de distribuição de Se associado às proteínas indicaram que a suplementação com Se(IV) promoveu a interação de Se principalmente com albuminas (4,5±0,4) μg/g e glutelinas (11,1±0,4) μg/g no shimeji branco e cogumelo salmão, respectivamente. Na comparação da suplementação com diferentes espécies de Se, a adição de Se(IV) ao meio de cultivo foi mais eficiente que Se(VI) para o enriquecimento de shimeji branco, considerando a concentração total. As diferentes espécies de cogumelos foram capazes de bioconverter uma fração das espécies inorgânicas de Se adicionadas ao meio de cultivo para SeMet. Adicionalmente, a suplementação do meio de cultivo com Se(IV) e Se(VI) favoreceu a formação de cogumelos com elevadas frações de espécies solúveis bioacessíveis (>95%). Nos estudos voltados à avaliação do papel protetor do Se contra a toxicidade de Cd, Hg e Pb, os efeitos positivos mais significativos nas características morfológicas ocorreram com a adição de Se ao meio de cultivo contaminado com Hg. Em cogumelo salmão e shimeji branco, verificou-se que a suplementação do meio de cultivo com adição simultânea de Se(IV) (51,2 μg/g) e baixas concentrações de Cd, Hg e Pb favoreceu o acúmulo de espécies de Se(IV) nos cogumelos, indicando uma possível relação antagônica entre os elementos tóxicos e os mecanismos de bioconversão de Se(IV) a SeMet. Além disso, uma relação antagônica principalmente entre Se(IV) e o acúmulo de MeHg foi observada. Em conclusão, o enriquecimento com Se mostrou-se promissor do ponto de vista nutricional, e para a remediação da contaminação de cogumelos contribuindo para a segurança alimentar através da redução da exposição ao Cd e, principalmente, Hg.