Mudanças no ciclo anual de precipitação e temperatura no território brasileiro: regionalização e análise de variação entre períodos climatológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Domingues, Daniel Araújo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71190
Resumo: O Brasil é um país de dimensões continentais que se expande pelo centro e pela costa leste da América do Sul, abrangendo relevos e biomas distintos; por consequência, uma diversidade de regimes climáticos atua em seu território. Este estudo investigou uma regionalização do território brasileiro baseada na similaridade de comportamento climatológico de precipitação acumulada e temperatura média mensal. Foram usadas normais climatológicas de observações obtidas de estações do INMET, formando grupos e subgrupos de acordo com o regime de chuva e temperatura dos períodos climatológicos mais recentes de 1961 a 1990 e de 1991 a 2020. Num segundo momento, foi realizada uma análise de variação de ambas as variáveis na granularidade de estação e de região com base no agrupamento aqui criado. Por fim, a mesma análise foi efetuada para um recorte de estações litorâneas ao longo da costa brasileira, acrescidas as variáveis de temperatura mínima, temperatura máxima e a amplitude térmica mensal em cada período climatológico. O resultado foi a regionalização do País em 4 grandes áreas para precipitação acumulada e para temperatura média baseada na sazonalidade, sendo cada área com 2 sub-regiões de acordo com a intensidade. Com relação à precipitação, detectou-se aumento no volume no Rio Grande do Sul e diminuição no Nordeste e no Sudeste do País, bem como no leste da região Centro-Oeste. Na média, a costa nordestina teve uma queda de 21% em abril e um aumento de 12% em junho, com localidades registrando pico de -57% e +72%, respectivamente. Duas estações na região Nordeste apontaram redução de chuva com significância estatística. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (e áreas vizinhas na região Norte, Nordeste e Sul), houve localidade que atingiu +16% em março e outra -18% em outubro; apesar de época de estiagem (pouca chuva), estações do estado do Tocantins registraram variação proporcional no meio do ano chegando a +300% no mês de maio. No Rio Grande do Sul, com maior oscilação média dentro da intensidade esperada ao longo do ano, observou-se +41% em abril, seguido de queda até 21% em agosto e depois um forte pico com média de +50% em outubro; o estado apresentou ainda duas localidades com variação de precipitação com significância estatística. Na costa, o estudo sugeriu queda na precipitação no segundo semestre nas regiões Norte e Nordeste, opondo-se a um aumento de precipitação no primeiro semestre nas regiões Sudeste e Sul. Quando se trata de temperatura, mais de 90% das estações registraram acréscimo de pelo menos 0,5 °C e houve aumento médio de 0,8 °C no Brasil, com destaque aos meses de dezembro a abril com variação entre 0,8 °C e 0,9 °C na média. A área com maior diferença na mediana anual foi o Centro-Norte, entre o Nordeste e o Norte do País. Essa região apresentou uma variação em forma de senoide entre 0,86 °C e 1,39° C na média. Como em camadas, cada região/grupo que se distancia do Centro-Norte, o aumento de temperatura média torna-se mais suave. A costa leste (última camada) brasileira e a região Sul apresentaram um piso de aumento médio de 0,24 °C em julho e pico de 0,9 °C em abril. As mudanças constatadas favorecem a ocorrência de cenários extremos: mais períodos de seca em áreas com pouca chuva, mais chuva em meses e regiões com maior precipitação; mais frio em regiões frias no inverno e mais calor em regiões quentes no verão.