A contribuição da análise de redes sociais para a compreensão dos vínculos de apoio em saúde e nas mudanças de comportamento alimentar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Araujo, Mariangela [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39349
Resumo: A valorização do estudo das relações humanas faz com que a metodologia da análise de redes sociais (ARS) seja uma ferramenta importante a ser utilizada em diversos campos de aplicação e entre eles o da saúde. Este estudo teve como objetivo analisar a contribuição da ARS de um grupo de estudantes de nutrição para a compreensão dos vínculos de apoio em saúde existente e nas mudanças de comportamento alimentar dentro da rede social. Trata-se de um estudo que seguiu o método observacional, com pesquisa do tipo exploratório-descritiva de corte transversal. A população foi de 41 estudantes, aptos a colarem grau do curso de graduação em Nutrição de uma Instituição de Ensino Superior (IES) particular, de Guarulhos (SP). Foram analisados ainda os dados dos familiares e amigos de cada estudante, totalizando 463 informações mediante a aplicação de um protocolo elaborado pela pesquisadora. Utilizouse o índice de massa corporal (IMC) para avaliação do estado nutricional. Os resultados foram obtidos do software UCINET 6 – Social Network Analysis Software e a análise da ferramenta Netdraw – (Graf Visualization Software). Este estudo teve a aprovação do comitê de ética e pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) sob número 2051 do ano de 2007. Verificamos a presenças de vínculos bidirecionais entre os homens e entre as mulheres com mais idade no grupo.Com referência ao estado nutricional, verificou-se ao término do curso uma diminuição dos estudantes classificados como eutróficos e um aumento no número dos classificados como pré-obeso. Os atores de maior centralidade foram os estudantes de nº 16 e nº 29 e o que obteve o maior grau de intermediação na rede foi o estudante nº 40. Mudanças positivas no seu próprio comportamento alimentar foi relatado por 53,2% dos estudantes. Na avaliação de qual instituição o estudante considera que recebe mais apoio, quando o assunto é sua saúde, a escola, representada pela IES a qual pertencem foi a mais citada (33,3%) seguida do apoio dado por Planos ou Seguros de Saúde particular (16,7%). Os estudantes influenciaram positivamente o comportamento alimentar de seus filhos mais velhos (87,5%), posteriormente o das suas mães (58,3%) e seus cônjuges (58,3%). As mães e os cônjuges e/ou namorados (as) apareceram como as primeiras pessoas citadas como sendo a(s) pessoa(s) de seu convívio familiar que mais fornecem apoio quando o assunto é a saúde destes estudantes. Pudemos observar que muitos familiares ou amigos de quem os estudantes percebem receber apoio poderiam também ser alvos de intervenções dietoterápicas, uma vez que muitos destes se encontram com seu estado nutricional não saudável. Tal constatação nos faz acreditar que no tratamento clínico dietoterápico o insucesso muitas vezes observado pode ser fruto da não percepção, pelos profissionais de saúde envolvidos no tratamento das demais questões além da patologia que envolve o paciente, tais como as influências que ele recebe de seu convívio social. Propõe-se que tais intervenções pudessem apresentar melhores desfechos se houver o envolvimento das pessoas consideradas importantes para o paciente no seu tratamento, ou até mesmo quando os familiares que também necessitam do mesmo tratamento também aderissem a uma intervenção desencadeando um efeito cascata intrafamiliar positivo. Torna-se, portanto indispensável que nas intervenções dietoterápicas assim como no planejamento de programas educativos que visem à melhoria do estado nutricional mediante uma alimentação saudável, realizemos um aprofundamento do conhecimento dos elementos sociais, particularmente analisando suas redes sociais, suas interações e contribuições nos comportamentos alimentares dos indivíduos e, conseqüentemente na sua saúde.