Avaliação da atividade proteolítica intracelular de cisteíno e serino proteases durante o ciclo intraeritrocítico de Plasmodium falciparum

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rossetto, Bárbara dos Santos [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65763
Resumo: A malária é uma doença parasitária tropical ocasionada pelo protozoário do gênero Plasmodium. O ciclo de vida do parasito é complexo e envolve um vetor Anopheles responsável pela transmissão da doença para um hospedeiro vertebrado, o homem. A fase intraeritrocítica do P. falciparum é altamente regulada com participação de diferentes classes de proteases, que atuam essencialmente nos diferentes eventos do ciclo: mecanismo de invasão, metabolismo, diferenciação e egresso dos merozoítos. Em busca de esclarecer alguns mecanismos bioquímicos na célula infectada, avaliamos a atividade proteolítica das classes de cisteíno e serino proteases com a alteração da homeostasia iônica (Ca+2 e H+) durante os estágios assexuados do ciclo intraeritrocítico. Observamos uma atividade significante da classe de cisteíno protease durante a fase de trofozoíto, enquanto, a atividade da classe de serino protease demonstrou ser predominante durante a fase de esquizonte. Além disso, identificamos que a mobilização de Ca2+ e H+ no citoplasma do parasito é importante para a atividade de proteases dependentes destes íons. Observamos um aumento significativo da atividade proteolítica durante a fase de trofozoíto na presença de THG, devido a inibição da bomba de Ca2+ ATPAse localizada no Re favorecendo o aumento rápido e transitório na concentração de Ca+2 intracelular e consequentemente estimulando a ativação de proteases dependentes de Ca+2. Durante a fase de esquizonte, observamos uma redução significativa da atividade proteolítica na presença do iónoforo de MON, alterando o pH do VD do parasito prejudicando a atividade de proteases dependentes de H+. Além disso, devido a necessidade de novos fármacos eficazes para atuarem contra as cepas resistentes de P. falciparum, avaliamos o potencial efeito inibitório de uma série de compostos derivados quinolínicos contra a atividade de cisteíno protease. A molécula de marionoquilina (MQA) isolada pela primeira vez de uma bactéria marinha e sintetizada contendo um núcleo marinoquinolino, apresentou resultados promissores com inibição de 100% da atividade de cisteíno protease durante a fase de trofozoíto na concentração de 10μM. Nossos resultados contribuem para estabelecer um protocolo para o screening de novos compostos contra a proteólise intracelular em eritrócitos infectados de P. falciparum, como também, foi possível identificar algumas condições envolvidas na modulação da proteólise intracelular durante o ciclo do parasita.