Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pinsdorf, Gabriela Dias [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/71339
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Resumo: |
O momento histórico em que vivemos tem sido palco de importantes mudanças no cenário social, linguístico e educacional. A globalização da economia, a planetarização das relações internacionais, a mundialização da comunicação e as migrações dos últimos anos compuseram alterações sociais singulares, cujos impactos no cenário sociolinguístico e educacional têm se mostrado proeminentes (Blommaert; Rampton 2011). Como consequência, recentemente, tem-se presenciado o crescimento da educação bilíngue enquanto fenômeno educacional em diversos países (García, 2009). No Brasil, a educação bilíngue cresce de maneira acelerada em uma modalidade específica: a Educação Bilíngue de Línguas de Prestígio (Marcelino, 2009) em instituições privadas de ensino. Embora observemos tal crescimento, a produção de conhecimento não pôde acompanhar o ritmo acelerado dessa demanda mercadológica, gerando um descompasso entre o campo educacional e o da pesquisa (Mello, 2010). Tal descompasso fica mais evidente quando tratamos da alfabetização de sujeitos bilíngues (Goodman et al., 2005; García et al., 2007; Megale, 2017b). Além disso, historicamente, ideologias monoglóssicas foram predominantes na compreensão do bilinguismo, orientando suas práticas e pesquisas. Tal perspectiva, por não reconhecer a construção histórica das línguas, acaba, muitas vezes, reproduzindo ideologias coloniais de língua(gem) (Flores; Beardsmore, 2015). Não obstante, estudiosos da área identificaram que a perspectiva monoglóssica era insuficiente para explicar a experiência de sujeitos bilíngues. Diante desse cenário, novas ideologias e pedagogias emergiram (García, 2009). Dentre estas, a translinguagem, especificamente, tem sido adotada como referencial teórico-metodológico que orienta tanto práticas pedagógicas, quanto pesquisas em educação bilíngue. A pedagogia translíngue parte da premissa da integridade do repertório linguístico do falante, não compartimentalizando as línguas, e se distanciando de óticas deficitárias (García et al., 2017). Considerando a integridade do repertório, esta pesquisa tem por objetivo investigar como a pedagogia translíngue pode contribuir para o aprendizado da língua adicional e para o processo inicial de alfabetização de estudantes bilíngues emergentes. Para realizar a investigação, adotamos um referencial metodológico dialógico e consonante: a pesquisa-ação (Engel, 2000). Foi realizada uma pesquisa-ação em um grupo de estudantes bilíngues emergentes do 1º ano do Ensino Fundamental de uma escola privada da zona sul de São Paulo. Foi planejada e aplicada uma sequência de atividades voltada para o ensino de uma língua adicional na fase inicial de alfabetização, utilizando a translinguagem como recurso pedagógico. As produções escritas dos estudantes, bem como sua participação nas diversas atividades, são analisadas a fim de compreender se as práticas didáticas permitem/incentivam que o estudante recorra à integridade de seu repertório. Esperamos que os resultados desta pesquisa possam colaborar com a expansão de pesquisas em uma perspectiva heteroglóssica de língua(gem). Esperamos também contribuir com o aprimoramento das práticas docentes na área, e, por fim, com a promoção de uma Educação Bilíngue ancorada em perspectivas menos coloniais. |