A deformação da calota craniana como medida não invasiva da pressão intracraniana: comparação com métodos invasivos e não invasivos existentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: De Moraes, Fabiano Moulin [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/62529
Resumo: Introdução: Embora a monitorização invasiva para a monitorização da Pressão Intracraniana (PIC) seja o padrão ouro, há várias limitações e complicações relacionadas ao método. Objetivo: O objetivo principal foi avaliar a correlação e a concordância entre a morfologia de onda do monitor de PIC invasiva (PICi) comparado a um novo monitor não invasivo (PICni) em pacientes com acidente vascular cerebral. O objetivo secundário foi avaliar a acurácia do método novo, além de outros três métodos usados para predizer Hipertensão Intracraniana (HIC). Métodos: Foram incluídos pacientes com diagnóstico de AVC, tanto isquêmico quanto hemorrágico, nos quais a monitorização de PICi foi instalada. Simultaneamente foram realizados os métodos não invasivos: Diâmetro da bainha do nervo óptico (DBNO) medido pelo Ultrassonografia de bainha de nervo óptico (USBNO), Índice de Pulsatilidade (IP) pelo Doppler Transcraniano (DTC), escala visual de 5 itens pela Tomografia de Crânio (Tc) e os índices relacionados a morfologia de onda (relação P2/P1 e Time-To-Peak [TTP]) do método Brain4care (B4c). HIC foi definida como PIC>20 mmHg durante no mínimo 5 minutos. Para análise concordância quantitativa da morfologia da onda foi utilizado o Coeficiente de Correlação intraclasse e o gráfico de Bland-Altman e para qualitativa o coeficiente Kappa. Para predição da HIC foi utilizado a curva ROC. Resultados: Foram avaliados 18 pacientes em 60 ocasiões distintas com uma média de idade de 53.6 anos. Todos os métodos foram coletados de forma simultânea, exceto a TC realizada dentro de 24h das medidas. Um total de 197.400 ondas (2495 minutos) tanto do monitor de PICi quanto do B4c foram resumidos em segmentos de um minuto e desse pulso médio foram determinados o TTP e a relação P2/P1 de cada método. A PIC média dos pacientes foi de 13 mmHg e HIC foi detectada em 30% das ocasiões. Tanto a correlação quanto a concordância entre os métodos na avaliação da morfologia de onda foram altas para a relação P2/P1 e moderadas para o TTP usando medidas categóricas como o Kappa e medidas contínuas como o coeficiente de correlação intraclasse. Os valores médios dos métodos não invasivos foram BNO 4.9 mm, IP 1.22, TTP 0,215, relação P2/P1 1.16 e 2,5 pontos na escala visual da TC. Houve uma correlação significativa, mas variada, entre os métodos não invasivos e o valor absoluto da PICi com p< 0,01 para todos os métodos. A área sobre a curva para estimação da HIC pelos métodos não invasivos foi de 0,694 para o DBNO pelo USBNO, 0,750 para o IP do DTC, 0,786 para a razão P2/P1, 0,694 para o TTP do B4c e 0,644 para a TC. Quando as várias técnicas foram combinadas, a maior AUC foi da combinação de todos os métodos com AUC de 0,861. O melhor pareamento de exames foi o IP com a relação P2/P1 com AUC de 0,802. Conclusões: Houve uma concordância satisfatória entre o novo monitor não invasivo de morfologia de onda da PIC com o invasivo. As técnicas não invasivas apresentam acurácia aceitáveis para estimar a HIC, especialmente quando combinados.