Imuno-expressão da ciclo-oxigenase-2 na mucosa gástrica ectópica do esôfago cervical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Thuler, Fernanda Prata Borges Martins [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21463
Resumo: Introdução: A mucosa gástrica ectópica (MGE) é considerada uma anomalia congênita e na maioria das vezes é um achado incidental do exame endoscópico. Até hoje, não se atribuiu nenhum significado clínico a esta entidade e são raros os casos de adenocarcinoma descritos na literatura. Até o presente momento, não existem dados suficientes que sustentem a indicação de biópsia seriada destas lesões, tampouco a inclusão destes pacientes em um programa de vigilância endoscópica. A ciclo-oxigenase-2 (COX-2) é uma proteína envolvida no desenvolvimento de neoplasias do trato gastro-intestinal, basicamente por inibição da apoptose e estímulo da angiogênese. Objetivos: O objetivo principal deste estudo foi avaliar a imuno-expressão da COX-2 na MGE e compará-la com aquela observada em biópsias de tecidos esofágico e gástrico normais e, ainda, no esôfago de Barrett. Este estudo teve como objetivos secundários determinar a prevalência da MGE, identificar suas características macro e microscópicas e, avaliar sua colonização pelo Helicobacter pylori. Pacientes e Método: Foram avaliados prospectivamente 1327 pacientes durante o período de agosto de 2001 a maio de 2002. Quando a MGE esteve presente, foram realizadas biópsias da ilhota de mucosa ectópica e também do antro gástrico para diagnóstico da infecção pelo Helicobacter pylori. Espécimes de biópsias do esôfago distal, antro e corpo gástrico normais e, também do esôfago de Barrett foram recuperados do banco de dados do Departamento de Patologia. Os fragmentos de MGE foram submetidos a avaliação histológica para determinar o tipo de epitélio gástrico, presença de Helicobacter pylori e processo infamatório. O estudo imuno-histoquímico da expressão da COX-2 foi executado pelo método da estreptavidina-biotina-peroxidase. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados: A MGE foi encontrada em 14 pacientes (1,1%). O tamanho da ilhota variou de 2 a 20 mm, as lesões eram isoladas em 10 pacientes, duas lesões em três e três em um paciente. A avaliação histológica revelou epitélio do tipo fúndico em 58,3% e antral/fúndico em 41,7%. A infecção pelo Helicobacter pylori esteve presente na metade dos casos e a inflamação crônica em 66,7%. A expressão da COX-2 foi negativa nos 10 espécimes de esôfago distal normal, 10 do antro e 10 do corpo gástrico normal. Por outro lado, a expressão da COX-2 foi positiva em 41,7% da MGE e 90% dos casos de esôfago de Barrett. A comparação entre a expressão da COX-2 nos tecidos normais e MGE atingiu diferença significante (p = 0,04), bem como entre a MGE e o esôfago de Barrett (p = 0,03). Conclusões: Os resultados do estudo demonstram o aumento da imunoexpressão da COX-2 na MGE sugerindo um possível potencial de malignização desta mucosa. Não houve correlação com nenhum achado endoscópico ou histológico específico.