Resumo: |
O objetivo deste estudo foi avaliar a capacidade de a dessaturação do oxigênio ao final do teste do degrau de 4 minutos predizer a sobrevida nos pacientes com fibrose pulmonar idiopática (FPI). Foram avaliados 59 pacientes de dois centros especializados em doenças intersticiais pulmonares (DIP) com média de idade de 67 anos, em estudo observacional longitudinal. O diagnóstico de FPI foi baseado em biópsia pulmonar cirúrgica (n=17) ou em critérios clínico-tomográficos (n=42). Foram analisadas as correlações entre a sobrevida e SpO2 em repouso, a SpO2 ao final do teste do degrau de 4 minutos, o índice basal de dispnéia e, porcentagens do predito da capacidade vital forçada (CVF) e porcentagens do predito da difusão de monóxido de carbono (DCO). Todos se apresentaram como importantes preditores de mortalidade. A dessaturação igual ou inferior a 89 por cento apresentou risco relativo de 2,39 para a mortalidade na FPI (CI 95 por cento,1,16-3,63;p<0,0001). Em pacientes com tal dessaturação, a sobrevida de 4 anos foi de 39 por cento, comparado com 96 por cento daqueles em que não houve dessaturação. A DCO<45 por cento do predito apresentou um risco relativo de 2,23 (CI 95 por cento,0,73-3,71; p<0,0001). Em uma análise multivariada de Cox, somente a SpO2 ao final do teste do degrau de 4 minutos permaneceu estatisticamente significante (p<0,0001). Quando a análise foi repetida incluindo a DCO com um ponto de corte de 45 por cento (40 pacientes), tanto a SpO2 quanto a DCO se apresentaram estatisticamente significantes (p<0,05). A média de sobrevida geral foi de 58 meses (CI 95 por cento, 49-67 meses). Nessa análise, tabagismo, estertores e baqueteamento digital não demonstraram correlação com a sobrevida. Concluindo, a dessaturação de oxigênio igual ou inferior a 89 por cento ao final do teste do degrau de 4 minutos é um forte preditor de mortalidade nos pacientes com fibrose pulmonar idiopática. |
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