Construção e validação de um instrumento de coleta de dados para avaliação clínica de pacientes em terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Ferreira, Anali Martegani [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=3114789
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46598
Resumo: A construção e o desenvolvimento de instrumentos de coleta de dados específicos, estruturados e validados para diferentes ambientes da prática clínica, orientam a coleta de dados, favorecem identificação e registro de dados completos sobre necessidades de cuidado dos pacientes, e orientam as demais etapas do Processo de Enfermagem. Este estudo teve como objetivo construir e validar um instrumento de coleta de dados sustentado nos domínios da NANDA-I para pacientes em terapia intensiva. Constituiu-se em um estudo exploratório descritivo. Desenvolveu-se em quatro fases. Na primeira fase realizou-se uma pesquisa documental, retrospectiva, para identificação das características sociodemográficas e clínicas dos pacientes, termos e expressões contidos em anotações de enfermagem em 256 prontuários de pacientes hospitalizados na UTI de um hospital da fronteira oeste do RS, Brasil, do período de outubro/2011 a abril/2012. Identificaram-se 832 termos e expressões, os quais foram agrupados por similaridade e associação. Na segunda fase utilizou-se o mapeamento dos termos e expressões em relação à classificação da NANDA-I, identificando-se 52 diferentes títulos diagnósticos de enfermagem, com uma média de 4,6 diagnósticos por paciente, majoritariamente no domínio segurança/proteção. Trinta e nove (75%) títulos diagnósticos de enfermagem identificados são diagnósticos reais e 13 (25%), de risco. Considerando os domínios, os diagnósticos mais frequentes foram: Dor aguda (n=146, 57,03%), Risco de infecção (n=121, 47,26%), Troca de gases prejudicada (n=103, 40,23%), Débito cardíaco diminuído (n=98, 38,43%), Confusão Aguda (n=35, 13,67%), Volume de líquidos deficiente (n=26, 10,15%) e Ansiedade (n=22, 8,59%). Na terceira fase esses resultados foram submetidos à validação de conteúdo por enfermeiras especialistas, por meio de grupo focal, incluindo-se outros oito diagnósticos não mapeados, os quais foram: Manutenção ineficaz da saúde e Autocontrole ineficaz da saúde, Baixa autoestima situacional, Sentimento de impotência e Insuficiência na capacidade do adulto para melhorar, Disposição para religiosidade melhorada, Risco de quedas e Dor crônica. Estes resultados subsidiaram a construção do instrumento de coleta de dados de enfermagem realizada na terceira fase do estudo. O instrumento foi estruturado na sequência: dados de identificação, anamnese e exame físico. Seguiu-se a ordem dos domínios e classes da NANDA-I. Incluíram-se os domínios: D1-Promoção da saúde; D2-Nutrição; D3-Eliminação e troca; D4-Atividade/repouso; D5-percepção/cognição; D6-Autopercepção; D7-Papéis e relacionamento; D9-Enfrentamento/tolerância ao estresse; D10-Princípios da vida; D11-Segurança/proteção; e D12-Conforto. Cada domínio foi organizado em classes e diagnósticos. Na quarta fase ocorreu o refinamento do instrumento por meio de consenso de especialistas externas. Nesta fase foi incluído o diagnóstico de enfermagem Risco de aspiração. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) sob o Parecer nº 103.199. Este estudo permitiu identificar as situações clínicas passíveis de intervenções de enfermagem e verificar sua equivalência com 52 títulos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I, possibilitando a construção e validação de um instrumento de coleta de dados específico para pacientes em terapia intensiva, o que auxiliará no emprego da classificação de diagnósticos da NANDA-I. A utilização de uma linguagem padronizada contribui para o fortalecimento da identidade profissional da enfermagem em UTI e esclarecimento de seu domínio nesse contexto, bem como para unificar condutas e garantir resultados positivos em saúde.