Impactos da privação alimentar sobre a sinalização do peptídeo inibitório gástrico, colecistocinina e hormônio estimulador de melanócito do tipo alfa no órgão subfornical de ratos Wistar machos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Schmidt, Rafael Binow [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67501
Resumo: Introdução: O órgão subfornical (SFO) é uma estrutura circunventricular (desprovida de barreira hematoencefálica) do sistema nervoso central, reconhecida por sua capacidade em detectar sinais circulantes e retransmiti-los para núcleos hipotalâmicos que estão envolvidos no controle da homeostase hidromineral, cardiovascular, reprodutiva e energética. Entretanto, diversos receptores de membrana, inclusive para peptídeos periféricos, ainda não tiveram sua expressão e ação no SFO caracterizada na literatura. Objetivo: Analisar a expressão gênica para receptores de membrana no SFO, bem como a ação de hormônios peptídicos circulantes sobre a atividade de células do SFO e sua possível ação sobre o controle da ingestão de alimentos e água em animais alimentados e jejuados. Metodologia: Este trabalho foi aprovado pela CEUA/UNIFESP e protocolado sob no 7055281119. Ratos Wistar machos foram divididos em três grupos: controle; jejum 24 h; e jejum 48 h. Após a microdissecção do SFO foi realizada a análise de expressão gênica por qPCR. Posteriormente, foi verificado se administração intraperitoneal (i.p.) de peptídeo inibitório gástrico (GIP), colecistocinina 8 (CCK-8) e hormônio estimulador de melanócito do tipo alfa (alfa-MSH) era capaz de alterar a imunorreatividade para a proteína c-Fos no SFO e núcleos hipotalâmicos que recebem aferência direta deste, como o supraóptico (SON) e arqueado (ARC). Por fim, verificou-se se a microinjeção de GIP, CCK-8 e alfa-MSH diretamente no SFO era capaz de modular ingestão de ração e água e o ganho de peso em ratos. A significância estatística foi estabelecida como p < 0,05. Resultados: Utilizando o qPCR foi possível identificar a expressão de mRNAs para os seguintes receptores de membrana no SFO: receptor para peptídeo inibitório gástrico (Gipr), para colecistocinina do tipo B (Cckrb), receptor para melanocortina 4 (Mc4r), receptor neurotrófico tirosina quinase 1 (Ntrk1) e 2 (Ntrk2), para esfingosina-1-fosfato (S1pr1), para ativina do tipo 1 (Acvr1) e “reticulon 4 receptor like 1” (Rtn4rl1). Verificamos que o jejum foi capaz de reduzir a expressão para Mc4r e do Cckrb, enquanto aumentou a expressão para Gipr, Ntrk1, S1pr1, Acvr1 e Rtn4rl1, sem alteração significativa na expressão do Ntrk2. O tratamento com GIP i.p. foi capaz de aumentar o número de células expressando c-Fos no SFO e reduzir no SON dos animais jejuados, mas não nos alimentados. Ao contrário, quando tratados com CCK-8 i.p., apenas os ratos alimentados tiveram aumento de c-Fos no SFO, sem resposta dos ratos jejuados. Já o alfa-MSH, aumentou a expressão de c-Fos no SFO em níveis semelhantes tanto em ratos alimentados quanto jejuados. Tanto o tratamento a CCK-8 quanto o alfa-MSH não levaram a alterações significativas da expressão de c-Fos no SON ou ARC. As microinjeções de peptídeos no SFO não foram capazes de alterar respostas na ingestão de água e ração e ganho de peso. Conclusões: O SFO expressa o mRNA para receptores de GIP, CCKB e a alfa-MSH e sua expressão é modulada pelo jejum. Esses receptores parecem ser funcionais no SFO, já que a administração i.p. de GIP, CCK e alfa-MSH foi capaz modular a expressão de c-Fos nesta estrutura. Entretanto, a ação destes receptores no SFO pode estar envolvida na modulação de outras respostas fisiológicas que não os comportamentos ingestivos, já que a microinjeção de seus agonistas diretamente no SFO não modulou a ingestão de ração ou de água em ratos alimentados ou jejuados.