Efeitos biológicos da orfenadrina sob diferentes cenários de acidificação oceânica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Souza, Mariana Gonçalves de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10134252
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/61307
Resumo: O aumento das emissões de gás carbônico atmosférico proveniente de atividades antrópicas desde a Revolução Industrial teve como consequência uma maior participação de águas superficiais no processo de sequestro de dióxido de carbono, a fim de amenizar o efeito estufa. A principal consequência do aumento de captura de gás carbônico pelos oceanos é um fenômeno denominado acidificação oceânica. Alguns poluentes presentes na água, como por exemplo fármacos e produtos de cuidados pessoais (FPCPs) podem sofrer alterações na sua mobilidade e biodisponibilidade por conta da diminuição do pH do meio. Atualmente a quantidade de dados sobre os efeitos e o risco ambiental de FPCPs em organismos marinhos ainda é escassa. Diante deste cenário o presente estudo teve como objetivo analisar a ocorrência, o comportamento e a biodisponibilidade do fármaco orfenadrina frente a diferentes cenários de acidificação oceânica. O fármaco orfenadrina, empregado como relaxante muscular e amplamente consumido foi observado em todos os pontos de amostragem das áreas de influência dos emissários submarinos de Santos e Guarujá - SP, com concentrações que variaram <LOQ a 2,14 ng/L a em água e de >LOQ a 0,5 ng/g em sedimentos. Os resultados do ensaio de toxicidade com água empregando ouriços do mar (Echinometra lucunter) nos diferentes pHs 8,0; 7,6; 7,3 apresentaram valores de CEO de 0,05mg/L e o EpH50 foi estabelecido em 7,30. Quanto aos ensaios com mexilhões Perna perna foram observados efeitos em concentrações ambientalmente relevantes, com CEO de 200 ng/g.Os resultados dos ensaios feitos para a avaliação do desenvolvimento embriolarval em água indicaram que tanto o processo de acidificação quanto o aumento da concentração afetam o desenvolvimento dos embriões de ouriço do mar. Já nos ensaios com P. perna foi possível verificar ainda que a presença do fármaco de caráter básico reduziu os efeitos da acidificação oceânica. Os resultados da análise de bioacumulação detectaram a presença da orfenadrina em todos os tecidos analisados. A análise dos ensaios de citotoxicidade nesta ocasião refutou a hipótese inicial do estudo, visto que a presença do fármaco de caráter básico reduziu os efeitos da acidificação oceânica. Neste sentido, fica evidente necessidade de se aprofundar os estudos sobre toxicologia relacionada a fármacos sob cenários de acidificação em ambiente marinho.