O professor inclusivo (não) existe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Candice Marques de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/67986
Resumo: A educação inclusiva imprimiu uma nova figura na educação contemporânea: o professor inclusivo. Um professor preparado, permanentemente em formação continuada e sempre disposto a incluir. Nesse sentido, para que a inclusão aconteça, tal figura deve existir. Sua existência estaria pautada em competências e características que o definem e que orientam seu trabalho. Foi na busca de definir melhor a figura desse profissional que se deparou nesta pesquisa com questões que trouxeram interrogações à sua existência: o professor inclusivo existe? Se existe, do que se trata? Como ele é possível? Quais são as condições para a existência do professor inclusivo? Tais questões ensejaram o objetivo primordial: analisar como as contingências e a experiência organizam o espaço de surgimento do professor inclusivo. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica, composta de autores da educação e da psicanálise, principalmente. Percorreu-se ademais as leis brasileiras desde a Constituição Federal, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e documentos legais que tratam sobre a inclusão, como a Declaração de Salamanca e o Decreto de 2008, que discorre a respeito da educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Com isso, buscou-se identificar questões como igualdade, diferença e equidade, que permeiam as proposições sobre a educação inclusiva. Pesquisou-se também sobre o conceito de vulnerabilidade em autores do campo da sociologia e da economia, além da juridicização e da medicalização da educação. Questões sobre o normal e o patológico também foram contempladas. A psicanálise nesta tese é a teoria e o discurso que organizam as ideias e que sustentam as perguntas a respeito da existência do professor inclusivo. Com isso, trabalhou-se com um referencial formado desde Freud e Lacan até autores que tematizam a psicanálise no campo da educação. Foi realizada também pesquisa de campo em que foram entrevistados nove professores de escolas públicas nas cidades de Goiânia, Aparecida de Goiânia e Inhumas, todas no Estado de Goiás. Nas entrevistas em forma de narrativas foi perguntado aos docentes sobre suas experiências com a inclusão e, por meio de suas falas, bem como da pesquisa bibliográfica, esta tese foi produzida. As narrativas desses professores trataram de suas experiências em sala de aula, sua formação docente, as contingências no encontro com seus alunos e sua relação transferencial, seus atos inclusivos e sua disposição para incluir. Delas foram utilizados trechos que juntamente com as contribuições dos autores pesquisados compuseram esta pesquisa.