Tratamentos para aneurisma cerebral não roto: revisão sistemática Cochrane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pontes, Felipe Gomes de Barros [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/65739
Resumo: Objetivos: Analisar os riscos e benefícios de se realizar um procedimento intervencionista (clipagem microcirúrgica ou embolização endovascular) em comparação ao tratamento conservador e avaliar os riscos e benefícios dos tratamentos intervencionistas (clipagem microcirúrgica vs embolização endovascular) para indivíduos com aneurisma cerebral não roto. Esta revisão examina a evidência de estudos clínicos randomizados, abordando os riscos de eventos recorrentes e o risco de uma intervenção precoce. Métodos: Foi realizada uma busca no Cochrane Stroke Review Group Trials e também no MEDLINE, EMBASE, LILACS e outras bases de dados desde as suas respectivas criações até maio de 2020. Não houve restrição de idioma na busca. Colegas foram contatados para identificar mais estudos não publicados. Foram incluídos todos os estudos completos e randomizados comparando clipagem microcirúrgica ou embolização endovascular e tratamento conservador e também estudos completos e randomizados comparando clipagem microcirúrgica e embolização endovascular para indivíduos com aneurisma cerebral não roto. Os autores selecionaram individualmente estudos para inclusão ou exclusão, medindo a qualidade e o risco de vieses dos estudos, e realizando a extração dos dados. Uma estratégia de análise de intenção de tratar foi utilizada. Resultados: Foi identificado apenas um estudo randomizado envolvendo 136 participantes comparando tratamento conservador e embolização endovascular e um estudo randomizado comparando clipagem microcirúrgica e embolização endovascular para indivíduos com aneurisma cerebral não roto. Não foi encontrada diferença estatística significante entre os grupos de tratamento conservador e embolização endovascular. Déficits neurológicos novos ocorreram mais em pacientes tratados de forma cirúrgica (16/65, 24.6%; 15.8% a 36.3%) vs 7/69 (10.1%; 5.0% a 19.5%) no grupo endovascular; OR 2.87 (95% intervalo de confiança (CI) 1.02 a 8.93), P = 0.038. Tempo de internação por mais de cinco dias também foi maior no grupo clipagem microcirúrgica (30/65 (46.2%; 34.6% a 58.1%) vs 6/69 (8.7%; 4.0% a 17.7%) no grupo endovascular; OR 8.85 (95% CI 3.22 a 28.59), P = 0.0001. Após um ano de seguimento clínico, um paciente de cada grupo faleceu (48 pacientes submetidos à clipagem microcirúrgica e 58 à embolização endovascular) e 1 paciente de cada grupo ficou desabilitados (mRS > 2). Qualidade de evidência muito baixa. Conclusão: Até a conclusão deste estudo não foram encontradas evidências de boa qualidade suficientes disponíveis a partir de um ensaio clínico randomizado para apoiar a tratamento conservador ou tratamento intervencionista (clipagem microcirúrgica e embolização endovascular) para indivíduos com aneurisma cerebral não roto. Assim, estudos randomizados adicionais são necessários para determinar se a intervenção é melhor que o tratamento conservador e caso seja, qual intervenção seria melhor e para quais pacientes. Estudos futuros devem estratificar participantes por grupos de idade, gênero, tamanho e localização do aneurisma (circulação anterior ou posterior), grau de isquemia e duração das internações.