Análise de biomarcadores fecais calprotectina e lactoferrina nos pacientes portadores de pancreatite crônica de etiologia alcoólica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Carvente, Claudia Teresa [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2414809
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48787
Resumo: Introdução: A pancreatite crônica é caracterizada por processo inflamatório levando a lesões anatômicas no pâncreas, com substituição do parênquima funcional por tecido fibroso e calcificação. As principais manifestações clínicas de insuficiência pancreática exócrina são a má absorção de gordura (esteatorreia), desconforto e distensão abdominal. Enquanto a insuficiência endócrina resultante da destruição das Ilhotas de Langherans, com redução da secreção de insulina e glucagon leva o aparecimento de diabetes em torno de 10% dos casos de PC de etiologia alcoólica. Pacientes com PC submetidos a tratamento clinico, nutricional e medicamentoso através da reposição com enzimas pancreáticas podem manter alterações dos hábitos intestinais com evacuações pastosas a semilíquidas e até diarreicas. Um dos mecanismos descritos é a presença de atividade inflamatória intestinal. Vários trabalhos têm descritos marcadores fecais, denominados biomarcadores potentes da inflamação da mucosa intestinal, principalmente em pacientes portadores de doença inflamatória intestinal. Objetivo: O objetivo do presente estudo é demonstrar a existência de atividade inflamatória intestinal em pacientes portadores de pancreatite crônica através da determinação dos biomarcadores fecais, lactoferrina e calprotectina. Casuística e Método: Vinte e três pacientes portadores de pancreatite crônica de etiologia alcoólica foram utilizados no estudo. Os pacientes foram separados em cinco grupos no sentido de identificar fatores capazes promover alterações no hábito intestinal. As determinações fecais de lactoferrina e calprotectina fecais foram realizadas através do teste de ELISA com kits específicos. Resultados: Todos os pacientes independentes da natureza dos grupos e subgrupos formados (diabéticos, tabagistas, tratados com reposição de enzimas pancreáticas e quantidade de ingesta alcoólica) apresentaram pequenas diferenças nos parâmetros clínicos e nutricionais, de imagens e laboratoriais quando comparados com os seus grupos controles. Um achado significativo em todos os pacientes foi a presença de atividade inflamatória intestinal, com elevação da calprotectina variando de 283 até 1100 ng/ml (valor de positividade quando > 50ng/ml), média de 632ng/ml, ao passo que a lactoferrina variou sua densidade ótica de 0,032 a 0,998 (valor de positividade: DO > 0,200), média de 0,365, sendo somente positiva em 65,2% dos pacientes. Conclusões: Pacientes portadores de pancreatite crônica podem apresentar diarreia independente da insuficiência pancreática, exócrina e endócrina. A diarreia presente nos pacientes portadores de pancreatite crônica pode apresentar atividade inflamatória intestinal, detectado por níveis elevados de calprotectina e lactoferrina fecais. Existe uma correlação positiva entre a calprotectina e a lactoferrina fecais. A calprotectina foi o marcador mais sensível em diagnosticar atividade inflamatória quando comparada a lactoferrina, uma vez que a lactoferrina é positiva a partir de 478ng/ml de calprotectina. Outras causas de diarreia em pacientes portadores de pancreatite crônica e com atividade inflamatória intestinal devem ser investigadas, como sobrecrescimento bacteriano, doença celíaca ou má absorção de ácidos biliares. Exames séricos como hemoglobina, hematócrito, número de leucócitos e plaquetas, VHS, PCR não são bons marcadores de atividade inflamatória intestinal.