Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
De Meneck, Franciele [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/63823
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Resumo: |
O tecido adiposo tem sido considerado um órgão endócrino dinâmico com papel central na regulação energética e na homeostase. O tecido adiposo pode ser dividido em: branco (TAB), marrom (TAM) e bege (TABe). Os adipócitos brancos atuam no armazenamento de energia, e os adipócitos marrons e beges estão relacionados com o gasto energético. O aumento no interesse pelo tecido adiposo coincide com as proporções epidêmicas da obesidade, e com a associação negativa entre TAM com adiposidade e índices glicêmicos. Além disso, novos ativadores e fatores de sinalização do tecido adiposo foram descritos, como irisina, fator de crescimento de fibroblastos-21 (FGF-21) e proteína morfogenética óssea (BMP-4). A irisina e FGF-21 estimulam o escurecimento do TAB, e BMP-4 está relacionado com adipogênese de adipócitos brancos e beges. Pesquisas sugerem que o exercício físico pode interferir no metabolismo dos adipócitos marrons e beges, entretanto não há evidências conclusivas sobre os efeitos do exercício físico na população pediátrica. Estudo I: Teve como objetivo investigar a associação entre as concentrações de irisina e a atividade do TAM avaliado por termografia infravermelha em crianças e verificar sua corelação com parâmetros antropométricos e metabólicos. Este estudo incluiu 42 crianças eutróficas e 18 crianças com sobrepeso/obesidade. Para avaliação do TAM calculamos a porcentagem da região termicamente ativa da área supraclavicular (%Areascv) antes e depois de 5 minutos de um estímulo frio, e as diferenças (Δ%Areascv) foram calculados como índice de ativação do TAM. No estudo I, observamos que as concentrações de irisina foram positivamente correlacionadas com a idade, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura, colesterol total, triglicerídeos e lipoproteína de baixa densidade (LDLc). A atividade do TAM correlacionou-se negativamente com IMC, circunferência da cintura, triglicerídeos, LDLc e irisina. Além disso, observamos que crianças eutróficas aumentaram significativamente o Δ%Areascv em comparação com as crianças com sobrepeso/obesidade. Podemos concluir que as concentrações de irisina e a atividade do TAM parecem ter papéis opostos, uma vez que crianças eutróficas apresentam maior atividade do TAM e menores concentrações circulantes de irisina. Estudo II: Teve como objetivos correlacionar o TAM com as concentrações de irisina, FGF-21 e BMP-4 em crianças antes e após 10 semanas de exercícios físicos recreativos. Este estudo incluiu 46 crianças que foram subdivididas de acordo com o estado nutricional em: GC Eutrófico (n=10) e GC Sobrepeso/obeso (n=8); GER Eutrófico (n=22) e GER Sobrepeso/obeso (n=14). Para avaliação do TAM por termografia infravermelha calculamos a porcentagem da região termicamente ativa da área supraclavicular (%Areascv) antes e durante 5 minutos de um estímulo frio, e as diferenças (PicoΔ%Areascv) foram calculados como índice de ativação do TAM. Observamos que no momento pré-treino ambos os grupos com sobrepeso/obesidade apresentaram concentrações elevadas de irisina, FGF-21 e BMP4 em comparação com seus pares eutróficos. Não observamos diferença significativa na avaliação do TAM por termografia infravermelha entre os grupos, no entanto observamos correlação inversa do TAM com os níveis circulantes de irisina, FGF-21 e BMP4. Após 10 semanas de treinamento com exercícios recreativos, observamos diferenças significativas no TAM entre os grupos sobrepeso/obeso em comparação aos seus pares eutróficos. Quando comparamos os deltas das concentrações de irisina e BMP4, verificamos correlações com perfil lipídico mais desfavorável. Podemos sugerir que essas correlações estão associadas a adaptações moleculares metabolicamente benéficas para promover o escurecimento nos adipócitos brancos subcutâneos, uma vez que o BMP-4 desempenha papel importante na diferenciação dos adipócitos e a irisina induz o escurecimento do TAB. |