Organização e utilização dos espaços físicos na educação infantil: um estudo sob a ótica do gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silva, Tássio José da [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/39238
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo problematizar as relações de gênero que permeiam a organização e a utilização dos espaços de educação e cuidado, envolvendo as crianças, os/as professores/as, na creche e pré-escola. Investiga a organização dos espaços na Educação Infantil e as suas intencionalidades, apontando a forma como influencia as relações estabelecidas entre as crianças, a partir das simbologias, das normas e dos valores que expressam mensagens de gênero. Fundamentando-se em aportes teóricos que relacionam arquitetura e educação, os estudos de gênero e a Sociologia da Infância, esta pesquisa de inspiração etnográfica foi realizada em uma instituição de Educação Infantil situada na Região Metropolitana de São Paulo. Além da observação direta, aplicaram-se entrevistas com professores e professoras. A pesquisa revela um processo de espacialização sob a ótica de gênero, mostrando como o espaço configura-se como um importante elemento de controle das crianças, a partir da lógica adulta, pautada pelas estruturas de poder. Identificando espaços de maior liberdade de interação, e espaços de maior controle e vigilância, foi possível perceber que a organização dos espaços apresentase carregada de mensagens e normas de gênero, sugerindo lugares, posições segregadas e opostas para meninos e meninas. A pesquisa mostra que a instituição legitima as normas de gênero quando não problematiza a organização e utilização dos espaços, criando espaços generificados, organizados de modo dicotômico, binário e segregados de acordo com o sexo. Ao utilizarem os espaços, as crianças ora reproduzem as normas presentes nos espaços, principalmente, nos processos de negociação e disputas, e utilizam de argumentos estereotipados para justificarem sua permanência ou uso dos espaços; ora as crianças tentam escapar das normas e criar formas próprias, criativas e lúdicas, burlam e buscam reajustar mensagens de gênero presentes nos espaços da instituição. A utilização dos espaços pelas crianças também demonstra seus desejos de estarem juntas e não separadas por sexo. A pesquisa contribui para um processo de sensibilização sobre as questões de gênero na infância, problematizando a intencionalidade-neutralidade na organização dos espaços da creche e pré-escola investigada. Busca também contribuir para o aprofundamento do conhecimento a respeito dos meninos e das meninas e da Educação Infantil, bem como o oferecimento de pistas para a promoção de práticas educativas mais igualitárias na formação da identidade de gênero, desde os primeiros anos da vida.