Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Neves, Ana Lúcia Domingues [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/70965
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Resumo: |
Objetivo: Identificar os eventos adversos (EAs) associados ao uso dos Sistemas de Infusão Contínua de Insulina (SICIs) comercialmente disponíveis no Brasil, com foco em ocorrências relacionadas ao dispositivo, conjunto de infusão de insulina (CII) e baterias. Métodos: Um total de 189 pacientes atendidos no Ambulatório de Bomba de Insulina do Centro de Diabetes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) foram convidados a participar de uma entrevista online. Os participantes foram solicitados a responder a 18 perguntas relacionadas à sua condição, ao dispositivo utilizado, sua usabilidade e ao uso do conjunto de infusão de insulina (CII) por meio de videochamadas conduzidas pela pesquisadora no aplicativo WhatsApp (período de janeiro a julho de 2021). O questionário semi-estruturado foi previamente validado pela equipe de profissionais no local de pesquisa. Após recusas e falta de resposta, a amostra do estudo consistiu em 118 voluntários com diagnóstico confirmado de Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1), em terapia insulínica com o SICI por um período mínimo de 6 meses. A pesquisa incluiu 71 mulheres e 47 homens, com idades entre 2 e 55 anos (média de idade 10 e 29 anos, para a população pediátrica e adulta, respectivamente), predominantemente de cor branca (74,5%), residentes no estado de São Paulo (98,3%) e com Ensino Superior completo (22,8%). O estudo foi dividido em quatro fases: F1: Fundamentação teórica para tratar o problema de pesquisa, F2: Coleta de dados, F3: Caracterização dos EAs associados ao uso do SICI e F4: Caracterização da prevalência dos EAs associados ao uso do SICI. Resultados: Os fabricantes com maior quantidade de dispositivos no estudo foram Roche, seguido pela Medtronic e Tandem Diabetes Care. Não foram identificadas correlações significativas entre as variáveis do perfil demográfico analisadas (anos de experiência no uso do dispositivo e grau de escolaridade) e o número de EAs em nenhuma faixa etária. O perfil de usuário não influenciou a ocorrência de EAs na população estudada. Foram identificados 159 EAs de causas gerais, organizados em uma taxonomia com cinco grupos: 1. Interface do usuário do SICI, 2. Sistema de Alerta do SICI, 3. Software e Conexão do SICI, 4. Durabilidade do SICI e 5. Sistema Elétrico e Mecânico do SICI. Os problemas relacionados à bateria foram os mais comuns, independentemente da marca da bateria em uso. Esses eventos variaram significativamente entre os diferentes modelos de dispositivos fabricados pela Medtronic, com 2 EAs relatados para MiniMed® ParadigmTM 722, 3 EAs para MiniMed® ParadigmTM 715, 17 EAs para MiniMed® ParadigmTM Veo 754 e, finalmente, 1 EA para MiniMed ® 640G. Os EAs relacionados ao cateter incluíram nós, dobras e tração acidental, enquanto aqueles relacionados à cânula envolveram tração acidental, descolamento do adesivo, vazamento de insulina peri e intra-canular e sangramento local. Conclusão: O uso do SICI está associado à ocorrência de EAs relacionados ao dispositivo, bateria e CII em uma população específica caracterizada demograficamente por uma idade mínima de 2 anos e máxima de 55 anos, sendo predominantemente branca, do sexo feminino, residente no estado de São Paulo e com ensino superior completo. Os potenciais EAs incluem questões mecânicas e de software, como a ocorrência de mensagens de erro do motor seguidas de ejeção do cartucho inferior, além de falhas na conectividade Bluetooth entre o dispositivo e a unidade de controle. Problemas no sistema elétrico relacionados às baterias dos dispositivos são comuns, ressaltando a persistência de alertas mesmo após a substituição da bateria. EAs graves podem ocorrer mesmo quando o alarme de oclusão não está ativado, resultando em interrupções no fluxo de insulina. Em situações menos graves, o alarme pode ser acionado mesmo na ausência de interrupção do fluxo de insulina. Integrar essas descobertas na educação sobre DM e nos protocolos de tratamento não apenas reforça a segurança, mas também minimiza a incidência de EAs. |